Já neste diário ouvimos a falecida cantora togolesa Bella Bellow interpretar "Zelié". Oiçamos o mesmo tema na voz mais agressiva da cantora béninense Angélique Kidjo.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
31 maio 2008
Conselhos australianos aos que visitam Moçambique
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Já agora: alguém quer comentar?
Empresários e negócios em Moçambique
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Os riscos do efeito borboleta social na África Austral (2) (continua)
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Creio poder-se defender que as relações sociais são um compósito de dois tipos de comportamento: o das pontes e o dos muros. Aquelas são destinadas aos nossos, estes aos outros. Aos nossos, àqueles com quem nos identificamos, que são nossos parentes, membros do nosso grupo social e/ou laboral, da nossa igreja, da nossa equipa de futebol, do nosso partido político, etc., a esses deixamos passar através de um semáforo com sinal verde. Aos outros, àqueles que são justamente os outros, exteriores aos nossos vínculos, esses são motivo de reserva, de impedimento (que pode ser total), para esses temos o sinal vermelho no semáforo social (escrevi sobre isso no meu livro Combates pela mentalidade sociológica).
Esse é um quadro muito maniqueísta, mas contempla, creio, o geral do nosso comportamento, feito das coisas pequenas, intermédias e grandes.
As representações sociais, a figurabilidade do Outro, a etiquetagem, o alfobre dos prejuízos e dos estereótipos, dependem das formas pelas quais estamos em relação e, especialmente - como tanto vezes tenho defendido neste diário -, da distribuição dos recursos de poder.
As representações sociais, a figurabilidade do Outro, a etiquetagem, o alfobre dos prejuízos e dos estereótipos, dependem das formas pelas quais estamos em relação e, especialmente - como tanto vezes tenho defendido neste diário -, da distribuição dos recursos de poder.
O cemitério
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30 maio 2008
O Sr. Macamo e o espírito zulu maligno
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29 maio 2008
Somális ameaçam na sequência da xenofobia
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Enquanto isso, 33 mil Moçambicanos regressaram ao país, fugindo à xenofobia.
Suky canta sobre xenofobia
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Sul-Africanos me puseram pra fora,
Mataram a minha família estragaram-me a história,
Eu só
Eu só queria ser feliz e agora,
Sem nada pra vestir sigo a minha trajectória!
Essa a estrofe inicial de um trabalho do rapper moçambicano Leonel Magaia (Suky) a propósito da xenofobia na África do Sul. Confira e importe aqui.
Francamente não estou interessado
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Nota - Lázaro Mabunda: do seu endereço já recebi hoje três emails inundando-me com publicidade a produtos chineses...
Xenofobia na África do Sul: mais de 80 mil deslocados
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África do Sul: cerca de 51,000 (Gauteng: 28,000; Western Cape: 20,000; KwaZulu Natal: 2,500)
Moçambique: 32,082
Malawi: 480
Zimbabwe: 123
Confira aqui. Se quer ler em português, use este tradutor.
Nhamucho e força divina contra a xenofobia
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Prémio espanhol para o CISM
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28 maio 2008
Bella Bellow canta "Zelie"
A bela ícone da canção togolesa morreu aos 28 anos, em 1973, num acidente de viação.
Um trabalho de Raul Chambote
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Saiu informe 2008 da Amnistia Internacional
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Barama: a 48 delegados da vitória (e Teresa poderá ser embaixadora em Moçambique)
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O pré-candidato democrata às eleições norte-americanas, Barack Obama, precisa apenas, agora, de 48 delegados para vencer a nomeação democrata, em disputa nos Estados de Puerto Rico, Dakota do Sul e Montana. O senador Barama - que tem agora o suporte do ex-presidente cubano Fidel Castro - está à frente de Hilary Clinton em votos, delegados e ganhos em Estados (email hoje recebido de David Plouffe, chefe da campanha de Obama).
Tenho para mim que ele será o próximo presidente dos Estados Unidos da América. E recordo que há muitos meses e de forma contínua aqui falo dele.
Tenho para mim que ele será o próximo presidente dos Estados Unidos da América. E recordo que há muitos meses e de forma contínua aqui falo dele.
Se Obama for o próximo presidente norte-americano, coloco como hipótese que a futura embaixadora americana no nosso país será Maria Teresa Thierstein Simões-Ferreira, nascida em Maputo em 1938 e esposa do bilionário senador John Kerry, apoiante de Obama. Ganda hipótese, não é?
Os riscos do efeito borboleta social na África Austral (1)
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Feitiçaria e crime (1)
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27 maio 2008
Linchado em Maputo (34ª vítima a nível nacional)
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Com esta nova vítima, eleva-se para 34 o número de linchados este ano no país em zona urbana e péri-urbana, nos casos publicamente reportados - leia a minha última postagem aqui -, a saber: doze em Chimoio, dez na Beira, nove em Maputo, dois no Dondo e um em Vandúzi.
Xenofobia na África do Sul: 29.000 Moçambicanos já regressaram
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Linchado na Munhava/Beira (33ª vítima a nível nacional)
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Com esta nova vítima, eleva-se para 33 o número de linchados este ano no país em zona urbana e péri-urbana, nos casos publicamente reportados - leia a minha última postagem aqui -, a saber: doze em Chimoio, dez na Beira, oito em Maputo, dois no Dondo e um em Vandúzi.
Observação: a minha ausência no Brasil por cerca de um mês pode ter feito com que eu desconheça outros casos. Se o leitor deles souber, por favor informe-me. Obrigado.
Frelimo: Renamo é medíocre; Renamo: Frelimo é insensível ao povo
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Tutu advertiu há quatro anos
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Adenda às 11:49: "Nos bairros mais pobres em redor das grandes cidades e centros industriais os sentimentos xenófobos são uma realidade inquestionável, com milhares de sul-africanos que lutam com dificuldades para arranjar trabalho e ter acesso a habitações condignas a acusarem os estrangeiros de contribuírem para os seus problemas." - edição do Correio da Manhã de hoje.
Xenofobia contra ciganos na Itália
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Xenofobia é decididamente campo planetário e nada tem de especificamente africano.
Obrigado ao Ricardo, meu correspondente em Paris, pelo envio da referência.
25 maio 2008
A cabeça e o jeitinho do Moçambicano (1)
Uma curta série, inspirada no livro com a imagem em epígrafe, já na sua quarta edição. Aguarde. Clique duas vezes com o lado esquerdo do rato sobre a imagem para a ampliar.
Nota: leia o que um jornal aparentemente conservador, o "Estadão de hoje", escreveu sobre o livro. Para uma crítica alicerçada no conceito de elite, confira aqui. Para se inteirar de uma grande satisfação à direita, mesmo à direita, leia aqui nesta revista amada pelas elites brasileiras.
Já em Maputo
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Nota: continuam a pedir-me, de forma insistente, por email, que escreva sobre a xenofobia na África do Sul. Já o fiz de forma breve, mas creio que deverei voltar ao tema.
24 maio 2008
23 maio 2008
Brasil (26) - Até!
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22 maio 2008
A "hora do fecho" do "Savana"
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* A banca em Moçambique não pára de agitar-se. Lembram-se daquele banco que era comprado e já não era comprado e que provocou sérios ataques de nervos ao seu PCA? Pois bem, um tripé de peso, sempre ligado à “nomemklatura”, está a negociar ficar com 49% deste grande. Os novos tigres da “unidade” também estão a acompanhar a movimentação.
* E para não ficar atrás, o outro tigre, que tem as suas atenções também viradas para Nacala, está a preparar-se que acrescentar uma nova área ao seu “portfolio”. Cimentos, uma matéria em grande escassez ... na África do Sul e em Angola ...
* As políticas e o julgamento mediático continuaram esta semana ofuscado pelo mecânico ginecologista. O “proprietário” da “Auto Nelson”, bata de nome e de farda de trabalho, aumentou uns tantos milhares de metcas às nossas telefonias móveis, tal foi a profusão de sms trocados sobre o caso.
* Quem andou mal foi o Dr. Tsunami. Já se esqueceu dos tempos em que era avançado dos ventoinhas e da máxima que a melhor defesa é o ataque. Perdeu pontos e foi ridicularizado pelos sectores que querem a sua cabeça. Talvez possa pedir assessoria ao dinâmico que dá apoio à Tsunami II ou aos desempregados de um dos ministérios do fim da Julius Nyerere.
* Quem também se está a enterrar cada vez mais é o advogado do Chókwé. O julgamento é para condenar os autores de um atentado contra si. Mas de facto o que está a acontecer é a versão 2 do julgamento Carlos Cardoso e réu virtual é mesmo o filho do galo. Quem mexe na caixa de escorpiões arrisca-se ...
* Fora dos ares da capital andaram bem os nossos compatriotas de Pemba que querem a sua baía entre as mais belas do mundo. Espera-se que o júri não tenha pisado as “minas” plantadas nas areias finas da praia do Wimbe, uma oferta dos habitantes pobres do bairro que faz paredes meias com o luxuoso Pemba Beach.
* A irmã do simpático “anchorman” da espetaculosa Jeremias Langa foi, até agora, a única, no programa Oxigénio, a atingir a fasquia dos três mil meticais, o que está a levantar burburinho em alguns círculos. As más-línguas falam de auxiliares de memórias.
* Do outro lado, em ano eleitoral, continua o namoro aos círculos confessionais. Um devoto apresentador, que provavelmente não sabe que Moçambique é um estado laico, fechou a intervenção com uma benção a Fátima. O que levou um grupo de irritados internautas a interrogarem-se sobre “quem é a Fátima”
À boca pequena
* Os “mambas” têm de recrutar mesmo um “nhamussoro” bem forte. Resta saber se vem de Mabote, ou mais próximo da capital, de Magude ...
A terceira força de Mbeki
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Brasil (25) : Pelotas
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Cidade pequena embora, é fortemente habitada pelo comércio e por um imenso mundo de venda de quinquilharia. Com alguma atenção, sentimos o apelo ao interior, às casas, ao mobiliário, ao privado, no preciso momento em que coabita com o exterior. Mas cidade universitária também, cheia de estudantes. Cidade, ainda, turística.
E cidade de coisas para mim bem curiosas. Por exemplo, nunca tinha visto tanta farmácia e drogaria em cada esquina, lado a lado. Bem tentei saber a razão do fenómeno, mas debalde. E dizendo farmácia, drogaria, digo também óptica.
E cidade de coisas para mim bem curiosas. Por exemplo, nunca tinha visto tanta farmácia e drogaria em cada esquina, lado a lado. Bem tentei saber a razão do fenómeno, mas debalde. E dizendo farmácia, drogaria, digo também óptica.
Mas o que mais me fascina nesta pequena mas intensa e variada cidade onde o futuro beija o passado nas mãos do presente e onde não vejo gente a dormir nos passeios como em São Paulo? São as carretas puxadas por cavalos, gente do frete e gente da catação de lixo. Cada dia, a cada manhã, os cascos rítmicos dos cavalos entram e ancoram no meu prazer.
E, já agora, cidade das sapatilhas. Acho que nunca vi tanta gente sapatilhar, sapatilhas de todos os tipos, não importa o traje e o período do dia. Por isso as sapatarias-sapatilharias por todo o lado são uma outra característica de Pelotas, a Pelotas famosa pelos seus doces. E Pelotas de um povo gentil, cordial, falador.
O terrível espírito do curandeiro Uthui
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Sobre a xenofobia na África do Sul
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O fim formal do apartheid criou para esses excluídos a esperança não apenas do fim dos guetos, mas, também e fundamentalmente, da melhoria substancial das condições de vida.
Não há, porém, indicadores de que essas condições de vida tivessem melhorado. Como escreveu William Gumede, analisando os ataques xenófobos iniciados em Alexandra, o que se passa tem muito a ver com a incapacidade do governo em fornecer serviços básicos aos pobres, como alojamento e emprego.Mas a África do Sul sempre tem sido uma espécie de eldorado para os estrangeiros, que aí vão à procura de melhores condições de vida, eles também.
Numa concentração elevada de frustração e hostilidade, num país onde muitos dos antigos artífices da libertação nacional enriqueceram e enriquecem criando as condições para um novo apartheid, os pobres dos bairros da lata sul-africanos viraram a sua raiva para outros pobres, os africanos estrangeiros. Um processo de transferência de imputação causal quase clássico na história da humanidade, processo de "amnésia" que se constitui como mensagem de nacionalismo extremo, disfarçando e narcotizando o peso das desigualdades sociais internas, cada vez mais acentuadas. A diabolização xenófoba é cruel, mas pode ter dividendos políticos importantes.
Haiti: bolos de areia contra alimentos caros
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Mais um linchado na Matola
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Xenofobia: milhares de Moçambicanos expulsos de África do Sul
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Onze idosos queimados no Quénia por acusação de feitiçaria
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Permitam-me recordar-vos que, ao nível da Unidade de Diagnóstico Social, dirijo uma nova fase da pesquisa sobre linchamentos em Moçambique, justamente sobre aqueles provocados por acusações de feitiçaria. Tanto quanto julgo saber, foi possível a uma das minhas assistentes, recém-regressada da Zambézia, obter o testemunho de cinco mulheres que, acusadas de feitiçaria, puderam, no entanto, escapar ao linchamento. Brevemente, em seminário, daremos conta dos resultados preliminares.
21 maio 2008
Brasil (24) : favelas para visita turística
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O capitalismo pode transformar muita coisa em objecto lúdico, turístico. Na verdade, transforma tudo nisso. Os leões de Moçambique e as favelas do Brasil, por exemplo. Desde os anos 90 que as favelas brasileiras podem ser visitadas como centros turísticos. A pobreza consome-se elitariamente, tudo é transformável em mercadoria. Escutem: perante situações como essa, tenho o direito de reagir com cólera e dor como cidadão, a esquecer temporariamente o estudante clínico do social que em mim tb habita. Cada vez menos me habituo ao natural e ao naturalizado.
Xenofobia na África do Sul
Adenda: segundo o Diário Independente de amanhã, já em minha posse, "A violência contra imigrantes na África do Sul chegou à cidade portuária de Durban. A polícia afirma que grupos armados com garrafas e pedras atacaram membros da comunidade nigeriana e as suas propriedades."
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