Trabalho inserto no semanário "O País" desta semana, p. 7.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
na verdade construir em moçambique é muito deficil, sobretudo se considerarmos aquilo que são os rendimentos da maioria. Contudo, não acho nada correctos os calculos do Machava. Primeiro queria saber com que base chegou aqueles valores? em que zona do país os mesmos são aplicaveis? en todo país? Acho que as contas dele são demasiado exagerados, sobretudo se são aplicaveis a todo país.
Eu estou a viver numa casa tipo 1, feita entre janeiro e Fevereiro deste ano que me custou cerca de 200.000,00meticais (duzentos mil meticais). Pelo que as contas dele são exageradissimas e assustadoras.
Sem duvida poderiamos discutir horas e horas sobre orcamentos e construcoes, mas acho a avaliacao escrita no artigo bastante verdadeira e competente porque toca um argumento sensivel, sobre tudo aos governantes mocambicanos... a casa, a residencia, o habitar.
Os custos mencionados sao bastante abalizados respeito a quanto paga o estado para suas construcoes, atraves do envolvimento de empreiteiros e uso de materiais "convencionais".
O problema surge quando o estado quer "vender" as construcoes atraves de credito como no caso do fomento habitacional, pensando de encontrar a solucao ao problema.
Mas e' preciso sempre comecar do principio que "a gente sabe construir uma casa a medida das suas possibilidades, em relacao aos fundos que tem disponiveis".
Sem considerar este principio provavelmente vamos cair sempre nos mesmos erros de avaliacao, transformando nossas solucoes nos verdadeiros problemas...
Deixamos que sejam as pessoas a construir as casas para si sem influencia do estado...
Ninguem constroe mais barato que os proprios cidadaos, com o metodo do "pouco pouco", dos mestres locais, dos materiais melhorados...
E deixamos de ver a habitacao como um problema dos mocambicanos, quando ha zonas inteiras de cidades e vilas sem agua, esgotos, elecricidade, accessibilidade viaria, reconhecimento dos direitos da terra...
Os precos indicados no artigo devem provir, sem duvidas, de orcamentos elaborados por empresas de construcao e nao da auto-construcao, como parece indicar o Saiete! Nestes casos, a diferenca deve rondar aproximadamente uma relacao de 1 para 3.
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