O habitual cartoon do "Savana" de hoje (18/05/07), com Nhoca (=cobra) Jr falando da nossa madeira.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
-> Bem, sejamos realistas: a falta de carteiras nas escolas não tem a ver com escassez de madeira no mercado interno. Resulta, pura e simplesmente, da falta de verbas para as mandar fazer. Há capacidade para as produzir na maior parte dos distritos e em todas as capitais de província. Falta “mola”.
--> Ora, como os recursos financeiros do país são escassos, 50% do orçamento do Estado depende das poupanças externas, importa racionalizar o que há, definir prioridades. O PR, que também é Chefe do Governo, entende que a solução para um melhor funcionamento da economia não passa por uma melhor organização do aparelho de Estado, mas sim pelo seu alargamento com mais Vice Ministros, mais viaturas protocolares e de afectação pessoal, mais gabinetes, mais secretariados, mais seguranças para as Excelências; entende o PR, como Muthisse e Tivane defenderam há tempos neste blog, que não vem mal ao mundo as crianças estudarem em turmas grandes e sem carteiras nas escolas, logo, “decisão tomada, decisão cumprida”: a “mola” disponível vai para mais Vices. Manda quem pode!
-> Ainda sobre o aproveitamento racional de madeiras nobres: reparem no mobiliário exposto no cruzamento da Avª Joaquim Chissano com a do Aeroporto e noutros centros de venda junto a grandes mercados:mobílias de madeiras nobres maciças, modelos duma certa época colonial, cheios de torneados, embutidos e trabalhos em relevo. Para além de inestéticos são pouco funcionais, desajustados da habitação que temos; super robustos (fortes e feios). Um verdadeiro esbanjamento, com a madeira gasta numa mobília faziam-se duas. São, provavelmente, obra do que resta dos “mestres carpinteiros” do período colonial e seus discípulos, os mesmos modelos, agora mais robustos e grosseiros no acabamento. Seria, talvez, interessante que o Ministério que tutela este sector e os movimentos de amigos da floresta reflectissem sobre esta realidade, que é extensiva a outras províncias, e sobre a oportunidade ou não de acções de formação e sensibilização para a introdução de modelos de mobiliário fabricado com as nossas madeiras, mas ajustados á nossa realidade: sóbrios, cómodos, funcionais, económicos (no consumo de madeira e, consequentemente, no preço); estimular o desinteresse pelo supérfluo é uma forma de apoiar o desenvolvimento do Homem.
Florêncio
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