Eis mais uma série de aforismos perversos:
1. Quanto mais pequenos são os locais de vida, mais intensos são os conflitos.
2. Quanto mais nos conhecemos, mais conflituamos.
3. Quanto mais modestos somos, mais ambiciosos nos tornamos.
4. A paz é um conflito expresso de uma certa maneira.
5. Quanto mais moralizamos a realidade mais tememos estudá-la enquanto teia de relações de poder.
6. Inventámos a moral para suportarmos o peso das lutas diárias pelo "poder" e aceitarmos as desigualdades sociais.
7. Na mais anónima e simples das relações existe a preocupação de saber quem manda, quem obedece, quem perde, quem influencia.
8. As relações sociais parecem-nos simples: as vemos como jogos de pessoas para alijarmos a angústia das relações.
9. A bondade é muitas vezes a asfixia de outrem com o peso da nossa vaidade imperial.
10. A mendicidade é o ópio do bem-estar.
11. As ciências sociais são tentativas para transformar em ponto final o que é sempre uma vírgula.
12. A mais isenta das análises esconde a mais empenhada das ideologias.
13. Inventámos os jogos para impormos diques ritualizados à guerra.
14. A dança é a sexualidade socialmente aceite.
15. Cantamos para circularmos em paz na realidade.
5 comentários:
Porque e que a danca ser a sexualidade socialmente aceite e um aforismo perverso?
O meu contexto foi muito genérico...E, claro, está imbuído de um humor digestivo.
"As ciências sociais são tentativas para transformar em ponto final o que é sempre uma vírgula."
Partindo do pricípio de o que é sempre uma vírgula está em constante mutação. E por sua vez isso reflecte-se nas ciências sociais...,
"nada é estático"
quidjuris
Sim, nada é extático, creio. Mas isso não impede os cientistas sociais de procurarem, sempre, o ponto final.
É a tal busca incessante do desconhecido..., o ultrapassar dos limites.
quidjuris
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