15 maio 2009

Sete milhões e associações fantasmas

Para poderem ter acesso ao Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (os sete milhões) formam-se associações fantasmas que, depois, nada fazem, isso passa-se não apenas em Tete mas em outras províncias - afirmou Reinaldo João, presidente da União Nacional dos Camponeses, falando em Tete (Rádio Moçambique, noticiário das 6 horas).
Comentário: têm sido tantos os protestos, as denúncias populares, que seria interessante pensar numa instituição independente que fizesse uma pesquisa sobre as reais aplicações e as reais vantagens dos sete milhões. Recorde aqui e aqui.

12 comentários:

umBhalane disse...

"seria interessante pensar numa instituição independente que fizesse uma pesquisa sobre as reais aplicações"

Prof.

É para rirmos juntos!

ou chorarmos?

Anónimo disse...

Na minha óptica, o Fundo de Investimento de Iniciativas Locais (os sete milhões)é mais uma farsa do governo para drenarem dinheiro nos bolsos dos seus vassalos (administradores, secretários, chefes dos bairros, enfim, menos o povo empreendedor). Eu costumava dizer aos meus estudantes: é mais uma filosofia para o inglês ver, o português dançar e o moçambicano rir. Não basta dar dinheiro, é preciso que este dinheiro dinamize efectivamente o desenvolvimento dos distritos e não há supostas campanhas do partido no poder. Mede-se o andamento de um determinado projecto social e não só,quando o estomago do povo não estiver vazio, o que não é o caso.
Muna

Carlos Serra disse...

Todavia, parece que há projectos bem sucedidos.

Sensualidades disse...

passa-se me todo o mundo infelizmente

Joka
Paula

Anónimo disse...

Sim Professor: A excepção ... para confirmar a regra da má aplicação.

umBhalane disse...

...

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém, que diz não.

Manuel Alegre

Anónimo disse...

Meu Caro umBhalane,

Ja ha algum tempo, que nao via os seus sabios comentarios.

MZ

Anónimo disse...

Tal como qualquer outra máquina, a ECONOMIA precisa de combustível para funcionar: Financiamento!

O nosso sistema bancário está vocacionado para faixas de mercado muito específicas: financiamento de algumas grandes e médias empresas, e do Estado, através da compra de dívida pública.

O nosso sistema bancário foge do crédito às micro, pequenas e médias empresas "como o são, foge do pestilento".

Esta foi a forma que o Governo encontrou de fazer chegar algum "combustível" às zonas onde as torneiras do crédito formal não chegam.

É evidente que há "açambarcadores"; o combustível abastece maioritariamente quem não devia, mas... é um preço a suportar, creio que assumido à partida.

Estou convicto que o Governo não tem dúvidas que 90% dos sete milhões "voarão". É o preço que aceita pagar por: (i) uma certa "animação" da economia nos distritos; (ii) votos nos pleitos eleitorais que se aproximam.

> No programa 21ª hora da TIM de ontem, o Professor António Francisco, do IESE, fez interessantes considerações sobre o tema. Em síntese,(minha interpretação e não sic):

(i) tecnicamente, tal como está desenhado, o programa não é sustentável;

(ii) seria preferível canalizar esses fundos para reforço institucional dos Distritos, de modo a poderem prestar melhores serviços, potenciando assim o crescimento da produção.
__
AM

Anónimo disse...

o governo "aceita" que roubem 90% do investimento dos 7 milhoes,por ano, por distrito, para angariar votos????!!!!!
"aceita" isso ha 3 ou 4 anos????
"aceita"????!!!!
INCRIVEL!!!!!!!!!!!!!

Reflectindo disse...

Tenho dito sempre que a iniciativa é boa, mas não sua maioria são espertinhos que se beneficiam. Muitos dos espertinhos vem das cidades.

Há precisamente uma semana falei numa reunião com um graudo e nao me pareceu compreender o que eu dizia.

Eu defendo o ponto ii descrito pelo AM. Assim todos os habitantes do distrito se beneficiariam.

Anónimo disse...

Concordo plenamente com mBhualane, nem todos os projectos que esta iniciativa criou ou tem criado são bem sucedidos, basta deslocar-se para Nampula, ou melhor, aos distritos do norte e centro do país onde trabalhei para ouvir as mais duras lamentações do povo. O que chama de bem sucedido beneficoiu apenas a uma porção de gente que de resto não mitigou a um todo, dito isto de outra maneira, quando um simples empreendedor consegue lucros já pensa em sair do distrito para conhecer a grande capital, Maputo. E quando tal se sucede estamos perante dois factos, ou não há retorno do dinheiro, ou então temos um investimento que foi dar "parto" na capital e não necessariamente no distrito. Em Rapale o Sr. Professor pode ver ter este exemplo.

Um abraço

NB: Sr. Professor, ainda conservo o seu autografo que mo deu na Escola de Jornalismo, numa palestra sobre (...) já não me lembro mas falou do jornalismo investigativo, de um caso de superstição que se sucedeu em Cabo Delgado.

Anónimo disse...

Caros,

Este é um assunto complexo bastante, só uma avaliacao independente sobre esta iniciativa, pode produzir recomendacoes váidas e dar o reas créditos desta iniciativa. O resto vamos especulando e empiricamente falando sobre o assunto.

Os meus questionamenos nao seria muito sobre quem se beneficiou deste fundo. O fundo é pequeno e está claro que apenas poucas pessoas se benefiarão do mesmo.

É importante investigar sobre o que os benefiantes produziram, que novas oportunidades criram para o distrito, quantos empreendedores surgiram e se estabeleceram nos distrito, quantos novos postos de trabalho permantes e sazonais foram criados, que sustentabilidade trouxe para aqueles projectos que eram inviáveis sem este fundo a nível dos distritos, etc.

A minha ideia é que o focus deve ser dado num incentivo de modo que esses poucos que se benefiaram produzam bastante (mas bastante mesmo) para beneficiar a maioria num futuro a curto e médio prazo.

De igual modo é necessário ver o que foi feito a nível local e central (no âmbito organizacional e políticas, avaliacao e monitorizacao, etc) para que tal aconteca com sucesso.


JL

P.S. Em alguns casos, infelizmente por falta de mecanismos de tracking, este fundo apenas vem sirvindo para os "directores", copiando o termo usado algures num das postagens do professor (alguns caminhos da juventude de Maputo), para beneficiar as "Casas 2".

Entao é preciso limpar esta imagem e mostrar os sucessos para encojar oss outros e penalizar o "vândalos" para desencorajar os mesmos nas próximas alocacoes de fundos