Como explicar o silêncio, a cumplicidade da quase totalidade dos membros da União Africana perante o que se passa no Zimbabwe?
No antepenúltimo número, coloquei três hipóteses: a do companheirismo africano, a do camaradismo político e a do parceirismo da mão estrangeira. Expliquei que tentaria meter-me dentro de cada uma delas e dos seus defensores públicos e privados, coisa que me parece bastante difícil, convireis. Já apresentei as duas primeiras. Passo à última, que vai seguir em duas etapas.
Irmãos: pode um ovo dar origem a um pinto se um calor local não lhe der um empurrão? Claro que não. E, irmãos, pode algo acontecer em África que não seja produto dos espíritos dos colonizadores e de seus sucessores imperialistas? Claro que não.
No antepenúltimo número, coloquei três hipóteses: a do companheirismo africano, a do camaradismo político e a do parceirismo da mão estrangeira. Expliquei que tentaria meter-me dentro de cada uma delas e dos seus defensores públicos e privados, coisa que me parece bastante difícil, convireis. Já apresentei as duas primeiras. Passo à última, que vai seguir em duas etapas.
Irmãos: pode um ovo dar origem a um pinto se um calor local não lhe der um empurrão? Claro que não. E, irmãos, pode algo acontecer em África que não seja produto dos espíritos dos colonizadores e de seus sucessores imperialistas? Claro que não.
Irmãos, o que se está a passar no Zimbabwe tem a ver com o espírito de Cecil Rhodes, verdade verdadinha. Não fomos colonizados? Fomos! Não querem continuar a colonizar-nos? Claro que querem e praticam em seu imperialismo maléfico. São pretos os Tsvangirais? São-no apenas biologicamente, pois por dentro são brancos, são o instrumento de Cecil Rodes, da Britith South Africa Company, são herdeiros de Ian Smith, são os seus instrumentos.
O nosso problema, irmãos, é sempre branco. Quando nós queremos fazer as coisas à nossa maneira, tratar com justiça os problemas do povo, sempre aparece no caminho um entrave branco para querer recolonizar-nos, reocupar as nossas terras e perturbar o desenvolvimento harmonioso da nossa história. Nós, herdeiros do sofrimento dos nossos povos, sabemos bem quão pacíficos são esses povos. Mas basta aparecerem os cipaios do tipo Tsvangirai para logo começarem os milandos. E depois, temos a nossa democracia monárquica, onde sempre nos demos bem, vejam lá o irmão Omar Bongo como consegue manter a alma dessa democracia há 41 anos, lá no Gabão. E agora tentam evitar que o irmão Mugabe faça o mesmo no Zimbabwe, vejam lá o descaramento imperialista.
7 comentários:
Democracia monárquica...Pois é...
É um (de vários) dos artigos mais imbecis que tenho lido. Mais parece publicidade paga. De facto o que se passou é que os heróis, os libertadores, tornaram-se eles próprios nos vilões. Só por se terem visto endeusados julgaram que passaram a ser donos dos destinos do seu país, do seu povo. Nunca souberam o que significava a vontade do seu povo. Eternizar o poder e a vontade desses senhores é torná-los em donos do país. O que os políticos em grande parte de África precisam de saber é a noção que estão lá para servir a "causa pública" e não para se servirem da república. Infelizmente o que interessa é a sua causa pessoal e a causa dos grupos que os suportam.
Continuar a reduzir o problema de África ao colonialismo e aos "obscuros" interesses do ocidente, é uma fuga para a frente, é pura demagogia para enganar os africanos. Felizmente que no nosso continente começam a aparecer políticos e Homens conscientes.
A democracia não é, um sistema perfeito mas até agora, ainda não se descobriu outro melhor em que a vontade do povo seja expressa nos seus representantes, naqueles que de uma forma legítima sejam um factor de união de uma nação.
Mas o ocidente também tem as suas culpas e uma delas é a condescendência com que trata dirigentes africanos que não passam de uns assassinos, na condescendência com que os vêm a roubar e delapidar os seus países.
Bem, obrigado pelo elogio no que concerne à imbecibilidade do artigo, apenas acontece que tentei colocar-me, com alguma ironia, dentro de um certo ponto de vista, o dos que defendem o regime em vigor no Zimbabwe...
O leitor não entendeu o que vc escreveu, Carlos. Ele pensou que este post contém as ideias do Carlos. Por isso lhe chamou imbecil.Não é a primeira vez que isso acontece com o seu estilo...
Ai, que Anónimo Imbecil... Como equivocar-se num texto tão claro.
Para mim, as três hipóteses levantadas são, de facto, palusíveis.
Boa Observação da Sara.
Abraços Prof.
Jose M. Panayotop
O artigo imbecil a que me referi era o citado pelo Prof Carlos Serra no Notícias, conforme link sugerido.
Nunca me referiria nestes termos ao post (excelente como todos) do Professor.
"O combate de hoje exige uma maior coesão dos Estados, das políticas, 'sobretudo políticas externas'."
Portanto, internamente podemos aniquilar o povo, destruir a economia e mesmo sem ter solucoes para os problemas que assolam o pais, (externamente) temos que ser um clube de estados coesos e temos que nos apoiar, "no matter what!"
"É urgente um debate sobre a manutenção e consolidação das independências totais e completas dos Estados na integração política da região. É um debate urgente."
Os estados africanos nada conseguiram alcancar depois das independencias! Por isso, temos que recuar sempre a esse periodo de unica conquista! Esse nao e' apenas um debate urgente, mas tambem permanente!Porque o nosso inimigo nao mudou....Nao e' a economia, educacao, saude e progresso! Sao os colonialistas europeus!
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