02 maio 2006

Brancos a quererem ficar negros, negros a quererem ficar brancos

Uma parte dos brancos adora ir à praia bronzear-se ou aos institutos de beleza receber raios ultravioletas. Escurecer a pele é um ideal de beleza, ficar escuro, quase negro, dá auto-estima. É suposto que, assim, homens e mulheres se tornam mais atractivos, com mais saúde, com mais feeling.
Mas enquanto isso, uma parte dos negros jovens tenta ficar branca, através da despigmentação obtida com produtos químicos de grande toxicidade sob formas de cosméticos ou de medicamentos usados em dermatologia. Essa é uma prática já muito espalhada em África, designadamente no Congo, no Zaire, nos Camarões, no Gabão, na Nigéria, no Burquina Faso e no Níger (*).
É evidente que Michael Jackson é o grande paradigma estético desse embranquecimento.
___________________________
(*) Veja, por exemplo, Ondongo, J., Les identifications culturelles et la problématique du “blanchiment” cutané chez les jeunes Noirs, in Lavallée, N., Ouellet, F., Larose, F., Identité, culture et changement social. Paris: L´Harmattan, 1991, pp.91-102.

1 comentário:

Anónimo disse...

Também pode querer dizer que a raça nao é um factor essencial mas a cultura é primordial. Valores culturais induzidos produzem a cor do imaginario collectivo. Nao é a raça que esta em questao, mas a representaçao que a mudança de cor produz enquanto factor de aceitaçao do grupo. Porque se bronzeiam ou clareiam a pele esses individuos? a que estratos sociais pertencem eles? sim porque duvido que o pigmeu no meio da floresta va la preocupar-se com a cor da sua pele...
Paula