Décimo sexto número da série. No segundo dos cinco pontos do sumário proposto no número inaugural, com a indicação expressa de que em todos eles apenas terei em conta pequenas hipóteses que, absolutamente, precisam ser testadas. 2. O cenário da guerrilha líquida de baixa intensidade. Tudo o que é sólido se desfaz, escreveram Marx e Engels há mais de 150 anos. No nosso caso, o que parecia sólido (apesar de inúmeros escolhos) em termos de gestão de rivalidades políticas através do parlamento e das eleições, desfez-se, os tiros estão novamente à solta, as mentes rearmaram-se, os mortos e os feridos regressaram, os carros queimados reapareceram. Por outras palavras: passámos da “paz sólida” para a “paz líquida”, volátil, irregular, para adaptar expressões do sociólogo polaco Zygmunt Bauman (“modernidade sólida”/”modernidade líquida”). Se não se importam, prossigo amanhã.
(continua)
1 comentário:
Em muitas substancias a estabilidade quimica depende apenas de uma ligação atomica.Um pouco de calor é, por vezes, capaz de desfaze-la com resultados quimico-fisicos espectaculares. A Paz, sobretudo a obtida depois de um conflito armado com piscinas inteiras cheias de sangue de parte a parte, depende uma ligação muito mais frágil que a atómica. Uma palavra, um tiro são capazes exarcerbar situações mal resolvidas.
PS:No Jornal o País de hoje há um inquérito sobre se matar Dhlakhama seria ou nao solução para actual crise. Quase todos dizem que não, que assassinar Dhlakama poderia levar a um caos pior. Parece tudo sensato menos a aleivosidade com que pessoas normais e Jornais colocam (ou refutam) o ASSASSINATO de uma pessoa como hipotese NORMAL de solução para um problema.
Que tipo de sociedade humana estamos a ser/construir?
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