Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6)
Se não se importam, prossigo mais tarde, com a proposta de um sumário enquadrador.
Se não se importam, prossigo mais tarde, com a proposta de um sumário enquadrador.
(continua)
Adenda às 04:35: leia esta descrição sobre o "recrutamento relâmpago e forçado" aqui.
Adenda 2 às 04:43: os vorazes e acríticos blogues do copia/cola/mexerica continuam viralmente a dar corpo ao boato e os seus proprietários a "ver" recrutamento forçado por todo o lado. Este também é um fenómeno interessante. Nas redes sociais o boato continua igualmente activo. Por outras palavras: digitalmente o boato (hoax) prossegue, um ponto que reabordarei no sumário.
Adenda 3 às 04:50: um canal informativo colocou a palavra boato entre aspas, aqui.
Adenda 4 às 05.20: “Trata-se de um boato visando desacreditar o cumprimento deste dever sagrado para com a pátria pelo jovem” - segundo o "Notícias" digital de hoje, posição do director dos Recursos Humanos no Ministério da Defesa Nacional, Edgar Cossa, confira aqui. A teoria conspiratória será um dos pontos do sumário acima referido.
Adenda 5 às 05:24: exemplo de uma notícia cujo autor teve o bom senso de não naufragar viralmente no boato, aqui.
Adenda 6 às 05:42: constitutiva da estrutura do boato é, também, a dificuldade em aceitar que determinado fenómeno é um boato. Muitas pessoas depositam tão obstinada força na crença que se sentem frustradas e, até, irritadas e agressivas, caso tentemos convencê-las de que estão enganadas. Este é um ponto que está integrado no sumário orientador mais acima referido.
Adenda 7 às 06:17: "No primeiro minuto, três pessoas sabem do boato. Dentro de 11 minutos mais de um milhão de pessoas já saberiam do boato. Boatos se espalham muito mais rapidamente em redes como o Twitter, que parece mesmo ser uma rede de notícias. Porém redes como o Facebook espalham os boatos por se tratar de uma rede mais estruturada, com contatos mais próximos que o Twitter. A dica é provocar o início da conversa pelo Twitter e depois levá-la para o Facebook". Aqui.
Adenda 8 às 08:38: "desinformação", assim entende o "Notícias" digital de hoje, aqui.
Adenda 9 às 08:58: informe de um jornalista sedeado na Beira, a meu pedido: "Beira está mais calma. Os chapas voltaram a circular normalmente. As barricadas foram removidas, uma acção que envolveu a polícia e o conselho municipal. Os mercados estão povoados novamente. A polícia disse ontem que foram detidas 23 pessoas acusadas de vandalismo e vai-se pronunciar às 10 horas para o balanço".
Adenda 10 às 09:20: após violento espasmo social, o boato extinguiu-se.
Adenda 11 às 11:37: o enigmático "na sequência" de Henriques Viola, aqui.
Adenda 12 às 15:34: "No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa." - no "O País" digital de hoje, aqui.
Adenda 13 às 19:34: o vice-ministro da Defesa Nacional, Agostinho Mondlane, disse hoje na Beira admitir que alguém tentou criar uma acção oportunística na cidade da Beira visando engendrar instabilidade e agitação. O ministro intregra uma comissão que está a investigar as causas da instabilidade social ocorrida na Beira e no Dondo - notícia na "Rádio Moçambique" no noticiário das 19:30.
Adenda 2 às 04:43: os vorazes e acríticos blogues do copia/cola/mexerica continuam viralmente a dar corpo ao boato e os seus proprietários a "ver" recrutamento forçado por todo o lado. Este também é um fenómeno interessante. Nas redes sociais o boato continua igualmente activo. Por outras palavras: digitalmente o boato (hoax) prossegue, um ponto que reabordarei no sumário.
Adenda 3 às 04:50: um canal informativo colocou a palavra boato entre aspas, aqui.
Adenda 4 às 05.20: “Trata-se de um boato visando desacreditar o cumprimento deste dever sagrado para com a pátria pelo jovem” - segundo o "Notícias" digital de hoje, posição do director dos Recursos Humanos no Ministério da Defesa Nacional, Edgar Cossa, confira aqui. A teoria conspiratória será um dos pontos do sumário acima referido.
Adenda 5 às 05:24: exemplo de uma notícia cujo autor teve o bom senso de não naufragar viralmente no boato, aqui.
Adenda 6 às 05:42: constitutiva da estrutura do boato é, também, a dificuldade em aceitar que determinado fenómeno é um boato. Muitas pessoas depositam tão obstinada força na crença que se sentem frustradas e, até, irritadas e agressivas, caso tentemos convencê-las de que estão enganadas. Este é um ponto que está integrado no sumário orientador mais acima referido.
Adenda 7 às 06:17: "No primeiro minuto, três pessoas sabem do boato. Dentro de 11 minutos mais de um milhão de pessoas já saberiam do boato. Boatos se espalham muito mais rapidamente em redes como o Twitter, que parece mesmo ser uma rede de notícias. Porém redes como o Facebook espalham os boatos por se tratar de uma rede mais estruturada, com contatos mais próximos que o Twitter. A dica é provocar o início da conversa pelo Twitter e depois levá-la para o Facebook". Aqui.
Adenda 8 às 08:38: "desinformação", assim entende o "Notícias" digital de hoje, aqui.
Adenda 9 às 08:58: informe de um jornalista sedeado na Beira, a meu pedido: "Beira está mais calma. Os chapas voltaram a circular normalmente. As barricadas foram removidas, uma acção que envolveu a polícia e o conselho municipal. Os mercados estão povoados novamente. A polícia disse ontem que foram detidas 23 pessoas acusadas de vandalismo e vai-se pronunciar às 10 horas para o balanço".
Adenda 10 às 09:20: após violento espasmo social, o boato extinguiu-se.
Adenda 11 às 11:37: o enigmático "na sequência" de Henriques Viola, aqui.
Adenda 12 às 15:34: "No terreno, a nossa equipa de reportagem interpelou muitos jovens sobre o assunto, no entanto, ninguém conseguiu apresentar prova desta informação, limitanto-se apenas a afirmar que circulava informação de que muitos jovens estavam a ser recrutados para tropa." - no "O País" digital de hoje, aqui.
Adenda 13 às 19:34: o vice-ministro da Defesa Nacional, Agostinho Mondlane, disse hoje na Beira admitir que alguém tentou criar uma acção oportunística na cidade da Beira visando engendrar instabilidade e agitação. O ministro intregra uma comissão que está a investigar as causas da instabilidade social ocorrida na Beira e no Dondo - notícia na "Rádio Moçambique" no noticiário das 19:30.
2 comentários:
Por natureza o fumo é um subproduto de um fenómeno chamado fogo. Assim que se ve fumo sabe-se qua há fogo. E se preventivamente as pessoas não se querem queimar afastam-se o mais que podem da origem do fumo, o fogo. Muitas vezes em pánico.
Se o que se viveu na Beira ontem foi apenas resultado de um boato infundado então o gatilho social está muito, muito tenso.
Já escrevi num outro post que o país anda 'boatado'. Mas alguma coisa profunda deve ser reflectida, seriamente reflectida.
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