"A humildade exprime uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém" (Paulo Freire)O sétimo e último número da série, com mais algumas ideias.
Ao longo de séculos, fomos construindo a imagem do pensador-em-si, a imagem de alguém nascido e dotado para pensar de forma especial, de forma distinta de nós, de forma perfeita, sublime, independente das relações sociais. Fomos quem? Nós, que adoramos deuses, mesmo se profanos; e eles, os supostos pensadores, que prezam o reverencialismo sacral. Todavia, não há quem pense mais ou melhor do que outrem, há apenas quem pense de forma diferente. O único problema reside em que uns têm melhores condições sociais do que outros para levar-nos a pensar que pensam e que o seu pensamento é oracular, mediúnico, único. Se determinadas obras do pensamento são mais realçadas do que outras isso tem a ver não com o pensamento em si, mas com as condições sociais, os modos de produção e os processos de selecção.
(fim)
1 comentário:
Uma bela lição de humanismo.
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