25 agosto 2011

O sorriso imperial de Sarkozy

A psicologia das expressões corporais (e especialmente faciais) é mais útil do que alguns podem pensar. Por exemplo, repare-se no sorriso impecavelmente imperial do presidente francês, Nicolas Sarkozy, tradução fiel do senhorismo satisfeito com a intervenção militar ganhadora na Líbia, contrastando com a timidez comedida (ou calculista, precisava estudar melhor este aspecto), lateralizada e como que suplicante de Mahmoud Jibril, dirigente dos opositores líbios. Aqui.
Adenda às 8:36: o assíduo leitor Ricardo de Paris estava atento e sugeriu para leitura o livro intitulado Ver, compreender, analisar as imagens, aqui. Para traduzir, aqui.
Adenda 2 às 9:04: infelizmente a ampliação das mãos da foto não me permite ir para além da constatação de que ambas parecem firmes.

7 comentários:

ricardo disse...

E a linguagem corporal, analisada discretamente. Mas e preciso muita sorte para se apanhar o momento perfeito. Contudo, a linguagem corporal dinamica, da muito mais mensagens do intimo dos nossos interlocutores. Mesmo que eles se mantenham calados o tempo inteiro. ELES nem sequer notam, pois e algo involuntario. Pessoalmente, tem sido bastante util, quando estou em reuniao com consultores estrangeiros ou financiadores do FMI/Banco Mundial. E quanto aos nossos politicos domesticos, ui,ui, revelam cada coisa que jamais fariam numa conversa intima com a sua propria esposa. E a assistencia tambem!

Talvez seja por esta razao que normalmente, os ditadores nao gostam de ser filmados, nem fotografados. Alem de darem sempre entrevistas em deferido.

Carlos Serra disse...

Isso, linguagem corporal. A propósito: de vez em quando chamam-me a atenção para uma série televisiva policial na qual o herói é um indivíduo que descobre coisas analisando essa linguagem, especialmente pelo rosto.

Salvador Langa disse...

Pois é, mas há quem goste de dobrar o joelho, também traz rendimentos.

Muna disse...

Um tema (imagem) para os especialistas de Iconografia e Iconologia.

Cada gesto, cada objecto, cada traje, cada símbolo, tudo tem um significado especial a não ignorar.

O que me espanta, não obstante o meu desfavorecimento em relação à Kadhafi, vejo que os 'rebeldes' no lugar de prestar contas ao povo líbio, não, prestam contas aos "indomáveis"!!!

Acordo hoje, rivalidade amanhã. É assim que se fazem as relações internacionais. Nem sempre a aparente vitória significa, a longo prazo, ganhos, diria o Professor Silvério Rocha quando me perguntou quem é que tinha ganho a II Guerra Mundial...

E a Embaixada Líbia em Maputo mostra-nos que, citando o poeta no anonimato, "Sabes Muna, os seres humanos são como políticos: mudam de acompanhantes em função da conjuntura. Os que os rodeiam na busca de um desígnio não são os mesmos na empreitada seguinte".

Para depois, sabiamente, acrescentar "Nem sempre os que perseguiram incansavelmente o búfalo foram contemplados na distribuição dos nacos."

Perdoe-me às citações, é que gosto de compreender os fenómenos históricos com parábolas, com brocados, com a História Comparativa, diria o Professor HAF.

Zicomo

Xiluva/SARA disse...

Bravo Teacher, boa!!!!!!!E a bandeira ao meio...

Paulo disse...

É pá, os dois lados ganham, petróleo e Sartre.

ricardo disse...

E que coisa notavel este "desaparecimento" de Kadhaffi. Ate parece que virou mumia falante...