Num dos seus livros, Michel de Certeau escreveu que o conflito é inerente à vida social e que toda a sociedade se define pelo que exclui, que toda a sociedade se forma diferenciando-se. Formar um grupo é criar, ao mesmo tempo, estrangeiros. Uma estrutura bipolar, essencial a toda a sociedade, cria um "fora" para que exista um "entre nós"; fronteiras, para que possa existir um país interior; "outros" para que o "nós" possa tomar forma. Temos assim uma lei, a lei do grupo - asseverou Michel - que é, também, um princípio de eliminação e de intolerância. União e diferenciação crescem e marcham de par (extracto das conclusões do meu próximo livro, a editar este ano).29 abril 2010
Conflito
Num dos seus livros, Michel de Certeau escreveu que o conflito é inerente à vida social e que toda a sociedade se define pelo que exclui, que toda a sociedade se forma diferenciando-se. Formar um grupo é criar, ao mesmo tempo, estrangeiros. Uma estrutura bipolar, essencial a toda a sociedade, cria um "fora" para que exista um "entre nós"; fronteiras, para que possa existir um país interior; "outros" para que o "nós" possa tomar forma. Temos assim uma lei, a lei do grupo - asseverou Michel - que é, também, um princípio de eliminação e de intolerância. União e diferenciação crescem e marcham de par (extracto das conclusões do meu próximo livro, a editar este ano).
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1 comentário:
Boa noite Professor!
Acredito nessa visao de Michel, se nao me falha a memoria (desculpem-me, o teclado nao me ajuda a acentuar), uma vez li que OS INIMIGOS SO APARECEM QUANDO SE CONQUISTA UMA POSICAO/VALOR, entretanto, e a ideia debatida por Edgar Morin sobre o nacionalismo e o seu caracter "bissexual", a ideia de "nos" e os "outros" sempre existiu como uma dialetica de forcas sociais e politicas, e esta caracteristica, como seja, o conflito e algo que caracteriza a sociedade, desde a primitiva ate a contemporanea - dai a essencia da politica, vista nao no sentido pejorativo ou, se vale, corrompido. Pois, muitos pensadores, desde os idealistas... os realistas ate aos pluralistas, sao unanimes em afirmar que o fim da politica e a felicidade do homem. Acredito que o que se difere neles e, entre outros, a dimensao/abrangencia dos seus grupos (por exemplo, os cidadaos - quem eram antes e quem sao agora?) e a forma de prosseguir aquele fim (por exenplo, atraves de um controlo agressivo/militar do Estado, conforme documentado por Xenofonte ou atraves da liberalizacao e educacao (moral?) de se sabe sobre o ideal de Pericles - para citar os dois gregos contrastantes. Enfim, acredito que o conflito existe desde que existe mais do que un unico homem, apesar de se ter evidenciado mais com a producao do excedente, conforme a historia me conta.
Nota: e apenas uma reflexao. posso estar errado mas para eu tirar as minhas duvidas sobre certas coisas (vezes meio confusas) que vou lendo, aproveitei a oportunidade. Espero merecidas reparacoes.
Obrigdo!
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