Num ou dois jornais da terra é raro encontrar problemas de fundo salvo técnicos ou relacionados com o chamado conflito homem/fauna bravia ou, especialmente, com o HIV/SIDA e - a mais recente coqueluche - com os acidentes de viação; em outros, em maior número, a corrupção, a prepotência e a arrogância em geral de certo tipo de actores ocupam invariavelmente as edições. Numa pesquisa aprofundada sobre esse e outros temas, haveria de se estudar, também, o conjunto das classificações sobre bom e mau jornalismo, sobre os grupos sociais emissores, sobre os interesses em jogo, etc.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Sensacionalismo é o que vende em Moçambique, caro professor.
Nas nossas academias, chamam a isso, curso de Marketing e Comunicação Social.
Se assim não fosse, a STV ainda seria tão popular?!
O saudoso Carlos Cardoso quiz fazer jornalismo sério, investigativo e de qualidade, olhe o que lhe aconteceu.
É o sistema. É o " Convento Social" dos vinte "pai-nossos" e dez "avé-marias" para remissão de todos os nossos pecados (sempre conscientes).
Porque pessoas há neste país que se assustam com o debate sério de ideias. Razão para o uso frequente do anonimato em tudo que é manifestação na comunicação social.
Incentiva-se no seu lugar, o pântano de ideias. Os sumo-pontices da comunicação social. Quando há um debate, quem lá vai? Sempre os mesmos. E os outros porque lá não vão também? Porque não interessa.
Porque a má qualidade do debate é tal, que até atinge os ministeriáveis. Como a triste figura do sr. Khandiane que não é (às vezes) Cândido para as mulheres. E no entanto, são estes, que dirigem o país (e até os pensamentos dos seus habitantes).
Assunto sério mesmo? Só neste blog, até eles se aborrecerem connosco.
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