No decorrer da visita do presidente Guebuza à Zambézia, uma cidadã colocou num comício o problema de, localmente, qualquer crítica ser imediatamente assumida pelas estruturas como sendo da oposição em geral e da Renamo em particular, quando - disse - as pessoas de facto não são da Renamo (Rádio Moçambique, 22/05/09, noticiário das 19:30). Mas o que a cidadã disse ao presidente é um fenómeno generalizado, forma politicamente útil e diabolizante de tentar inutilizar os argumentos de quem pensa de forma diferente e crítica.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
7 comentários:
Triste!
O rei vai nú.
Uma Cidadã gritou.
A mulher, um baluarte na Zambézia.
Não me admira nada.
Nada, mesmo.
Se se propala por aí que se trata duma Presidência Aberta e Inclusiva, e não do Partido Frelimo, qual é o problema se a crítica for levantada mesmo por um da Renamo, PIMO, PDD, MDM?
Essa cidadã levantou uma questão séria. Só que mais uma vez quem pode responder o tipo de questão é só o mesmo cidadão, o eleitor. Ele é quem tem que assumir a sua cidadania.
Infelizmente situações do género estejam ainda a acontecer no país. As pessoas não podem pensar de maneira diferente sob-pena de ser conotados como sendo da Renamo, como se a Renamo fosse um movimento armado que luta contra a Frelimo!!! Onde está a independência mental, o direito a expressão?
Um abraço
O Preseidente da Republica, do alto do palanque, ao ouvir a dita Senhora deveria passar de imediato uma mensagem clara aos seus apaniguados para considerarem os cidadãos por igual sem atender aos seus desígnios partidários. O seu silencio( não sei qual foi a resposta do Sr. Presidente, de modo que estou entrando num campo hipotético) só pode significar o apaoio implicito aos que nas cidades, vilas e vilarejos deste pais vão maltratando e diabolizando( como bem o diz o Professor ) todos aqueles que pensam diferente.Para onde vamos caros concidadãos? estejamos atentos aos sinais.
No nosso País foi instaurado um pensamento que tende a ser colectivo, que ridiculariza todo o pensamento crítico. Em todas as áreas, empresas, bairros. É tudo conotado com oposição, preferencialmente Renamo. De forma pejorativa. Não interessa a qualidade da opinião, o importante é que se trata de oposição. Estamos a empobrecer intelectualmente, economicamente, e com cada vez menos pessoas interventivas. Nas instituições do Estado, universidades, docentes, estudantes, estão cada com medo de se expor de forma diferente. Resultado: poucas mudanças e progresso.
O Professor Lourenço de Rosário só se sente melhor dando aulas nas Universidades Brasileiras porque o estudante é atrevido e livre de criticar ou opor as ideias do seu docente mesmo. aqui! todas as instituições parecem quarteis até universidades são sim senhor... que chato! abraços
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