12 maio 2009

Dhlakama e as multidões

Após um longo interregno à sombra do mote-tipo "Dhlakama acabou, Renamo acabou", acontece que pelo menos dois jornais voltaram a falar de multidões no tocante a Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, multidões recebendo-o e acompanhando-o: o "Magazine Independente" a propósito da estadia dele em Chimoio (p. 2) e o "Escorpião" a propósito da estadia em Beira e Chimoio (última página). O "Magazine Independente" reporta que Dhlakama - que uma vez mais disse que a Frelimo lhe rouba os votos por fraude - apelou "aos seus membros para não ouvirem os boatos que andam a ser fomentados por alguns partidos políticos, os quais afirmam que a Renamo já não existe, porque tal é uma pura mentira".

4 comentários:

Anónimo disse...

Eu dia desses, ainda em Maputo, disse para um amigo que o Dhlakama era um "macaco velho", pois ele mais do que ninguém sabe com quantos paus é que se constrói um barco. Para alguém que liderou uma luta armada de 16 anos não é de se menosprezar o mérito de ser um bom estratega. Lembro-me uma vez o então presidente da república, Joaquim Chissano, ter afirmado em plena luz do dia, na praça dos heróis moçambicanos que Dhlakama era o outro lado da história do país e que, por isso, deve ser respeitado. Tinha razão o presidente Chissano, a popularidade de Dhlakama não vai reduzir com o advento do MDM, pelo contrário, é a afirmação de um homem que é frontal e sabe bater-se com as ondas da vida. Chegou onde chegou justamente por ser um homem de uma grande convicção, doa isso a quem doer, é um facto.

Um abraço

Viriato Dias

umBhalane disse...

"Para alguém que liderou uma luta armada de 16 anos não é de se menosprezar o mérito de ser um bom estratega."

E GANHOU A GUERRA.

Convém não esquecer este pormenor central.

Atingiu os seus objectivos.

"doa isso a quem doer".

Anónimo disse...

Nao houve nada multidoes!
esse djaka nunca teve projecto politico.
nao chegara nunca a ponta vermelha.
deixem de ilusoes...
ja passaram mais de 16 anos
peixe maloa

Anónimo disse...

Meus caros, deixemo-nos de fantasias: como é que se ganha uma guerra e não se assume o poder??

Dhlakama e o Governo Moçambicano, aceitaram negociar a desistência da guerra (sem haver vencedor nem vencido no campo de batalha) e a realização de eleições livres, onde todas as formações políticas poderiam concorrer.

Foi o que aconteceu e, o voto popular tem vindo sistemáticamente eleger o partido Frelimo.

Se olharmos para trás, sem ressentimentos, com a cabeça fria, estou certo que a maioria de nós concluirá que, com todos os constrangimentos que temos suportado, o povo, a minoria que vota, tem-no feito com qualidade, tem escolhido (e certamente voltará a fazê-lo nas próximas eleições)o mal menor, que o mesmo é dizer: pragmáticamente, a melhor opção.
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AM