Mulheres que matam - universo imaginário do crime no feminino : este o título de um livro esgotado aqui em Fortaleza, da autoria de Rosemary de Oliveira Almeida, um das pesquisadoras presentes no seminário com o tema Violência e conflitos sociais: trajectórias de pesquisa, do Laboratório de Estudos de Violência da Universidade Federal do Ceará, ontem terminado e no qual tive o prazer de participar. Eis a apresentação do livro: "Mulheres que matam apresenta o retrato da mulher que não é apenas vítima dos maus-tratos e da discriminação social, que a enquadra no padrão culturalmente construído da mãe, esposa e dona de casa. Rosemary Almeida mostra em sua pesquisa uma mulher que, a partir dos crimes, adquire a visibillidade social, sinalizando para o público a violência como uma criação, uma forma de se libertar de uma situação frequente de invisibilidade. Se a mulher ainda é despercebida como autora de assassinatos pelo campo jurídico, este livro revela o deslocamento da figura feminina que sofre o poder e a violência - sujeito passivo, privado - para aquela que age e impõe poder e violência - sujeito activo, público. Faz emergir uma mulher que encarna, ao mesmo tempo, a figura materna e mansa da "dona de casa" e a figura vilã e valente da "mulher de rua" que, ao viver essa tensão, cria novas representações sociais para seus crimes, fabrica uma forma de se impor, apresentando sinais que questionam a sociedade instituída e um mundo de significações sobre a condição feminina."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
8 comentários:
Professor
Sugiro uma pesquisa à população prisional feminina, no que respeita à morte de companheiros/maridos. Julgo que deve ser interessante.
Paula Araújo
Professor
Está melhor?
paula
Sem dúvida de que deve dar uma bela pesquisa, pensarei nisso...Bem, nebulizações de 6/6 horas e um estranho cansaço diário neste clima húmido e hoje chuvoso. Há-de passar, obrigado.
Professor
Desculpe, no primeiro post, eu estava a falar da população prisional feminina em Portugal.
Paula
Mas tb podemos falar da pop prisional feminina de Moçambique....
Fantástica a apresentação, o livro deve ser realmente bom.
Sobre Moçambique não sei. Referi Portugal porque é um tema recorrente, o da quantidade elevada de mulheres que, normalmente ao fim de anos de violência doméstica, matam os companheiros.
Paula
Parece muito interessante o livro!
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