"A referência aos autores canónicos (...), o uso quase jurídico da história mais imediata, aquela que ensina a leitura menos extra-quotidiana dos quotidianos e que não serve senão para pensar o acontecimento na lógica do precedente, a neutralidade ostentatória do tom, do estilo e dos propósitos, a símile-tecnicidade do vocabulário, são signos destinados a situar a política na ordem dos objectos decentes de conversação e a sugerir o desapego ao mesmo tempo universitário e mundano do comentador iluminado ou a manifestar, numa espécie de parada de objectividade, o esforço do observador imparcial para se manter a igual distância de todos os extremos e de todos os extremistas, tanto indecentes quanto insensatos."
-Pierre Bourdieu, Interventions, 1961-2001 (science sociale @ action politique). Paris: Agone, 2002, p. 84, tradução minha, itálico no original.
-Pierre Bourdieu, Interventions, 1961-2001 (science sociale @ action politique). Paris: Agone, 2002, p. 84, tradução minha, itálico no original.
1 comentário:
Por exemplo não se deve dizer sacar ou corrupção mas desvio de aplicação, mais o decente debate público.
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