08 dezembro 2007

Mphanda Nkuwa: o problema (1)

O jornalista Paul Fauvet da Agência de Informação de Moçambique escreveu um artigo no qual critica duramente a organização "Justiça Ambiental". De acordo com Fauvet, os ambientalistas pretendem privar o país de uma das suas mais atractivas fontes de electricidade, a nova barragem de Mphanda Nkuwa. Leia o texto em inglês aqui.
Por sua vez, Marcelo Mosse, editor do boletim "O País Verde", da Justiça Ambiental, respondeu escrevendo que o problema não é estar contra o desenvolvimento, mas estar a favor de um desenvolvimento sustentável que leve em conta as futuras gerações e a protecção da ecologia. Leia aqui em português.

8 comentários:

Nelson disse...

Futuras gerações??? Quem estará efectivamente interessado pelas futuras gerações? Se nem da presente geração se preocupa...
Mphanda Nkuwa é com certeza um empreendimento que tem todas as suas vantagens económicas sendo que será uma das mais atractivas fontes de electricidade...mas e o resto?...
Quem viver verá...

Carlos Serra disse...

Pois é, Nelson, o presente é sempre uma coisa prendada.

Sir Baba Sharubu disse...

Thank you Carlos Serra. Your post has good food for the brain.
Mozambique(MZ) has no choice, it will have to keep on building new dams. MZ will play a major role in feeding its electricity hungry neighbours. MZ is a serious country. It will have to implement laws requiring dam projects to undergo environmental impact studies and also provide opportunities for public comment and oversight. Last but not least, our thoughts go to the many millions of citizens in Austral Africa that do not have access to electricity. Please don't forget !

Carlos Serra disse...

Of course, but we must take in mind some important points. Wait the next post.

Nelson disse...

Sometimes it may seems that the enviromentalists are fighting against the development of the country... Are they? Of course not! No one in sound mind would do that...
What we really need here is a balance... If the so called development is not sustainable let us call it anything else but development...
If our eyes are focused only on the advantages let us wake up...If the present is our only concern...Let us call ourselves SELFISH...

The future will for sure tell us who was right but it may be too late...

Anónimo disse...

Nao ha pao em casa? prostituam-se!!

Parece ser esse o discurso, em que a troco do nada ou do pouco passamos por cima de tudo em nome do tao almejado desenvolvimento que nunca chega. Ou, que acaba sendo desenvolvimento de uma menoria que vai formando parcerias, aliancas..em nome do combate a pobreza absoluta.

PP

Anónimo disse...

Creio que a Justiça Ambiental deveria apresentar melhor o seu ponto. Com mais clareza. Há uns anos atrás, havia um "consenso" mundial contra as barragens. Os nossos países queriam construi-las porque acreditavam ser uma via adequada para gerar energia, irrigar os campos e ajudar na gestão dos eventos extremos da natureza, designadamente cheias e secas.

Os nossos países argumentavam que sem barragens, por exemplo, a nossa agricultura continuaria dependente da ocorrência ou não das chuvas. E, nessa perspectva, não poderia competir com outras agriculturas, como por exemplo a da Europa e da América do Norte.

Os ocidentais, porque eram eles que impunham o "consenso", argumentavam basicamente que as barragens danificavam gravemente o ambiente.

Há em minha opinião dois fenómenos que vieram beliscar este "consenso": (i) em primeiro lugar, a emergência da China como parceiro financeiro dos países africanos. Este país estava-se nas tintas para os argumentos na base do "consenso". Sempre que lhe parecesse que um projecto de barragem era bom, pura e simplesmente financiava-o. Sem cuidar do que pensava o ocidente. (ii) O aumento dos preços de combustível determinou a urgência de se procurarem outras fontes de energia. Este factor deve ser conjugado com a necessidade de se travar o aquecimento global.

A verdade é que, em anos mais recentes, deixou de se verificar o velho fundamentalismo contrário às barragens. Muitas instituições inspiradas pelo ocidente estão a financia-las e, inclusivanmente e embora timidamente, começaram a confessar que o seu raciocínio e o seu "consenso" se baseavam em vícios bastante sérios.

De modo que a Justiça Ambiental deve apresentar os seus argumentos de modo a que se saiba se podemos ou não construir esta e outras barragens. Uma recomendação pessoal (e baixinho para que ninguém nos oiça), seria prudente que começassem a alinhar as suas recomendações tendo em conta os novos "consensos" que se estão a forjar. De outro modo ficarão sozinhos.

Obed L. Khan

Nelson disse...

Não se ouve pela voz ser de intensidade baixa, ou o ouvido estar sujo...
Não se ouve por não querer ouvir...ai sim não se ouve mesmo. Aumente-se a intensidade da voz, ou limpe-se o ouvido...
Como disse antes "The future will for sure tell us who was right but it may be too late...
Quem viver verá...