01 dezembro 2007

De novo o mundo dos negócios em Moçambique

E podeis, uma vez mais, passar os olhos pelos cabeçalhos das notícias do Africa Intelligence na sua edição de 01 deste mês e ver quem está no mundo dos negócios, a começar pelo presidente da Renamo, Afonso Dhlakama. Graças ao Tavares, leitor deste diário, pude ter acesso à notícia completa, em inglês, claro: "The leader of Renamo (opposition), Afonso Dhlakama, has just made his entry in the firm Socadiv Holding Lda. The company’s two shareholders, Manuel Zeca Bissopo and Albano Carige Antonio, also members of Renamo, sold him their stakes at the end of October, hence making Dhlakama the main shareholder (with 90% of the equity) in this company. Bissopo is a young graduate of the Universidade Católica de Moçambique (UCM) who had been tipped two years ago as a possible general secretary of Renamo. Antonio for his part is a resident of Beira who is also one of the numerous shareholders of Sociedade de Desenvolvimento Industrial de Moçambique (Sodimo), created several years ago. Run by a certain Cherif Haidara, Socadiv specialises in exporting wood and assorted material like scrap metal for example. It also has a licence for mining exploration."

10 comentários:

Isabel Victor disse...

"Tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca"

Re.li
Re.li

Vou pensar nisto ... socio(logando)em voz alta ...

Bj*

Isabel Victor disse...

Caro Carlos Serra, acho muito interessante a reflexão de Nestor Canclini.

Professor e investigador da Universidad Nacional Autónoma de México, Unidad Iztapalapa, onde dirige o Programa de Estudos sobre Cultura.
Profesor visitante de divesas universidades, entre elas as de Nápoles, Austin, Stanford, Barcelona, Buenos Aires y São Paulo.
Livros: Arte popular y sociedad en América Latina, Grijalbo, México, 1977; La producción simbólica. Teoría y método en sociología del arte, Siglo XXI, México, 1979; Las culturas populares en el capitalismo, Nueva Imagen, México, 1982; ¿De qué estamos hablando cuando hablamos de lo popular?, CLAEH, Montevideo, 1986; Cultura transnacional y culturas populares (ed. con R. Roncagliolo), Ipal, Lima, 1988; Culturas híbridas.

Garcia Canclini falou sobre o jovem e a mídia no mundo globalizado, analisando a relação entre mercado, audiência e valores na América Latina.

O pesquisador traçou um perfil sócio-econômico da juventude nos países em desenvolvimento, mostrando como a indústria cultural e a mídia modificaram hábitos e fizeram "evaporar as utopias", criando um distanciamento da história. Para ele, os jovens estão mais dispostos hoje a participar de causas do que de organizações. "Hoje em dia a TV faz a pergunta e a Internet responde". Cancilini afirmou ainda que cultura no mundo continua sendo fabricada nos Estados Unidos, embora a produção cultural e de mídia venham crescendo em diversos países.

Argumentando que a despolitização, o "presentismo" e o baixo sentido histórico não são características apenas dos jovens nos dias de hoje, Canclini culpou as políticas neoliberais pela desordem das sociedades e propôs a crítica e a redefinição dos meios de comunicação de massa e o estabelecimento de políticas culturais para esses meios, que ampliem a produção de programas regionais dirigidos ao público infanto-juvenil nos países latinoamericanos.

Conclamou ainda que as escolas comecem a utililizar com criatividade os produtos da mídia em sala de aula, contribuindo para a formação de uma audiência crítica. "Só posso imaginar uma sociedade que não se reduza a mercado, a um mercado mesquinho, na medida em que apareçam veículos que não se sintam obrigados a espetacularizar tudo e escolas que decidam ser algo mais que a Aula Magna". É animador esperar um futuro, disse Canclini, em que haja jovens artistas ou educadores, criadores publicitários ou alternativos que não considerem que a memória e o prazer sejam inimigos entre si.

Anónimo disse...

Mais uma razão para deconfir da oposição. Imaginem o Dlaka a subir ao poder, e com essa veia de empresário, não quererá tomar as acções (capital) de todas as empresas mais lucrativas do país, como estão fazendo hoje os mais espertos? Não se esqueçam, os outros não cegos e demoram aprender também. Mas nestas corridas, onde está a fatia para o povo?

Prof. Serra, na sua lista de blogs, deparei-me com www.proeconomia.blogspot.com
Tem alguns textos que levantam questões pertinentes para reflexão, alguns remetem aos seus textos. Vale a pena ver....

Small Axe

Carlos Serra disse...

Obrigado, Isabel! Pode crer que vou procurar saber dele e lê-lo.

Carlos Serra disse...

Obigado, Axe!

Anónimo disse...

Pessoalmente não poenso ser este algum problema nem algo para desconfiar da oposicão. Ainda que seja um partido que CLARAMENTE defende a economia do mercado, não entra em choque com os seus próprios prncípios.

Contudo, o bem disto, é sabermos e saber-se publicamente qual é a empresa que pertence a Afonso Dhlakama e a partir daí controlarmos, ou controlar-se em casos que possam ocorrer conflitos de interesse ou tráfico de influência.

Por outro lado, podia ser interessante em sabermos o capital de investimento.

Falar de desconfianca pode ser uma expressão de os empreendores devem vir sempre de fora.

Anónimo disse...

Penso que Dlhakama nao e' tao burro para cair nos interesse empresariais dos outros. O mais importante nestes negocios e' a transparencia e evita-se conflitos de interrese. Por exemplo, fala-se ai' que Guebuza e' tem accoes numa serie de empresas aqui e no estrangeiro que o pu'blico desconhece. Isto, e' que, e' mau.

Masu

Anónimo disse...

> O envolvimento do líder da Renamo nas madeiras em Sofala, vem de há muitos anos - sem sucesso, porque, quer o líder, quer o seu braço direito e "expert" nesta área Manuel Massungue(?), de gestão empresarial pouco sabiam ... e, os negócios duram pouco quando se confundem receitas com lucros...
> Á distância, temos que aceitar que Joaquim Chissano sempre foi um político, calculista e vistas largas.
> Sabedor da importância, ao nível do apoio internacional, de ter uma oposição interna, mesmo que com visibilidade reduzida ... ajudou a que sobrevivesse.
> Chissano, interferiu para que fosse dado apoio á Renamo em equipamentos - tratores, motosserras, charriots para a industria florestal.
> Estes equipamentos importados lá foram para Sofala ... mas, dificuldades ao nível da gestão empresarial levaram a que o empreendimento não tivesse sucesso.
> Na mesma altura, "o pai da democracia" teve facilidades tropicais ao nível de licenças de corte, etc., etc.
> No meu entender, há uma grande diferença entre as tentativas empresariais ligadas a "gentes" da Renamo e as ligadas à Frelimo: a Frelimo, e grande parte do Frelos de topo, são pragmáticos, associam-se, regra geral, a quem tem capital e know-how a nível nacional, regional e internacional. Há profissionalismo: priorizam as mordomias dos cargos, muitas vezes "não executivos" e os dividendos.
> Complicado, este mundo da ciência política.
> Que Dlakhama tenha mais sorte com os novos parceiros - que consiga com estes e outros negócios, com transparência - uma base económica que lhe permita perspectivar o futuro com optimismo... dar o lugar aos mais jovens, sem preocupações com a reforma.
Abraço
Florêncio




> Provavelmente

Carlos Serra disse...

Uau, Florêncio, uau!!!! Abraço!

Carlos Serra disse...

Os temas que indicou estão aqui, Isabel:
http://www.diariomardeajo.com.ar/entrevistaanestorgarciacanclini.htm