18 julho 2008

Do poder dos universitários (2) (continua)

Prossigo a série.
O saber universitário é produto de duas coisas: primeiro, de uma interrogação metódica sobre os fenómenos naturais e sociais em ruptura com os saberes sob forma de revelação por dedução a partir de verdades consideradas eternas; segundo, de uma concentração da interrogação metódica em locais geridos pelo Estado, as universidades.
As universidades são territórios privilegiados onde os oficiantes do saber metódico se demarcam das massas do senso comum através de um conjunto de regras e de rituais.
Vou deixar isto por agora assim. Continuarei mais tarde.

2 comentários:

Anónimo disse...

Na próxima série, se o Carlos Serra encaminhar a discussão nesse sentido, talvez possamos discutir a noção de poder proposta por Bourdieu. Aqui fica o desafio...
Por agora, envio-vos para reflexão, este pequeno excerto de Norbert Elias:
“Grupos que pensam de um modo científico são grupos que geralmente criticam ou rejeitam as ideias dominantes aceites pela maioria da sociedade em que vivem, mesmo quando são defendidas pela autoridade reconhecida, pois descobriram que não correspondem aos factos observáveis. Por outras palavras, os cientistas são destruidores de mitos”.

Carlos Serra disse...

Muito obrigado!