Uma hipótese: somos os artífices habituais de três maneiras de dar sentido à vida:
(1) fazer os fenómenos decorrerem de atributos, de substâncias primeiras; (2) estabelecer que em todos os fenómenos há qualquer coisa de estável, de fixo, de não mudável (nas construções linguísticas, o sujeito e o predicado são, a esse respeito, dois paralizadores medulares da acção com expressões do género ele é, as coisas são assim e pronto, não vale a pena, etc.); (3) reduzir a vida a um grupo limitado de acções, justamente as fundamentais . É desse modo que nos orientamos na multilateralidade dos contactos, quer com os outros, quer com a natureza.
Substancializar, estabilizar e limitar são, assim, três características nucleares e universais do comportamento humano.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
A quarta maneira é 'não me importo'.
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