05 outubro 2011

Sobre ritos de iniciação feminina à maturidade em Moçambique (28)

Desinstalemos os mitos (Sebastião Alba)
O vigésimo oitavo e último número da série, suscitada por textos aqui e aqui, com o quinto número do sumário que vos propus, intitulado Conclusões.
Durante alguns meses procurei dar-vos conta da morfologia das cerimónias iniciáticas da Zambézia. O que mostram essas cerimónias? Mostram essencialmente duas coisas: (1) vitalidade de um padrão pedagógico aldeão e de suas escolas informais e (2) preocupação com a educação global das crianças.
Essas duas coisas invalidam por completo a tese que se tentou fazer passar de estarmos perante concentrados de sexo aplicados a meninas indefesas para não serem um dia rejeitadas pelos maridos. A sexualização abusiva e ofensiva do Emwali surgida no El Mundo é, no fundo, uma variedade da tese do Africano-natureza - supostamente refém dos instintos, estrangeiro à história, irredutível ao desenvolvimento - defendida no século XIX por Hegel.
(fim)

4 comentários:

TaCuba disse...

As mais perigosas formas de racismo e neocolonialismo de hoje ainda têm de ser estudadas.

Salvador Langa disse...

A série é um completo desmentido do que os espanhóis escreveram.

Xiluva/SARA disse...

Ainda bem que assim é Professor!!!

BMatsombe disse...

O colonialismo ainda vive na mente de alguns.