Desinstalemos os mitos (Sebastião Alba)
O vigésimo oitavo e último número da série, suscitada por textos aqui e aqui, com o quinto número do sumário que vos propus, intitulado Conclusões.
Durante alguns meses procurei dar-vos conta da morfologia das cerimónias iniciáticas da Zambézia. O que mostram essas cerimónias? Mostram essencialmente duas coisas: (1) vitalidade de um padrão pedagógico aldeão e de suas escolas informais e (2) preocupação com a educação global das crianças.
Essas duas coisas invalidam por completo a tese que se tentou fazer passar de estarmos perante concentrados de sexo aplicados a meninas indefesas para não serem um dia rejeitadas pelos maridos. A sexualização abusiva e ofensiva do Emwali surgida no El Mundo é, no fundo, uma variedade da tese do Africano-natureza - supostamente refém dos instintos, estrangeiro à história, irredutível ao desenvolvimento - defendida no século XIX por Hegel.
(fim)
4 comentários:
As mais perigosas formas de racismo e neocolonialismo de hoje ainda têm de ser estudadas.
A série é um completo desmentido do que os espanhóis escreveram.
Ainda bem que assim é Professor!!!
O colonialismo ainda vive na mente de alguns.
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