15 agosto 2011

Terra

Voltando à notícia da Folha de São Paulo, mas agora na formulação do Correio da Manhã português, citando uma afirmação do presidente da Associação de Produtores de Algodão do Mato Grosso, Carlos Ernesto Augustín: "Moçambique é um Mato Grosso no meio de África, com terras gratuitas sem tantos impedimentos ambientais e com o frete para a China mais barato. Hoje, além da terra ser caríssima no Mato Grosso, é impossível obter licença de desflorestação e limpeza de área". Aqui (agradeço ao leitor que me deu a conhecer a referência da notícia).
Comentário: Absolutamente sem comentário.
Adenda às 19:24: recorde o interesse agrícola mauriciano aqui, chinês aqui e sul-africano aqui.

5 comentários:

V. Dias disse...

Temos um país que é oásis para uns, Darfur para outros (a maioria).

Enquanto isso, os nossos agricultores está à espera de subsídios.

Agora percebo o porque de tantos cantares sobre a 'Revolução Verde'. Afinal temos um cabaz do governo antes do final do ano.

Até hoje estão por explicar o assunto da apreensão da madeira de Nacala-Porto. Sobre este assunto o silêncio é total.

Há quem diga que Samora foi pior!!!

Enquanto termino este comentário vem à memória uma frase do historiador José Hermano Saraiva

"O principal predicado de quem governa um povo é fazer-se amar por esse povo".

A terra é do Estado, o Estado está para o oásis. Está tudo dito.

Zicomo

ricardo disse...

Mocambique, o Eldorado dos BRICS!

Anónimo disse...

No período do Socialismo, tivemos os Brasileiros (Protecno) num projecto de introdução de Soja e cereais no antigo colonato do LIOMA, na Zambézia.

Tratava-se de um projecto integrado, de capital intensivo, (agricultura /pecuária/agro-industrias) da ordem dos 6 mil hectares.

Começaram por destroncar/ deflorestar milhares de hectares, ignorando a intensidade e predominância dos ventos na região.

Resultado: fortes problemas com erosão eólica /do vento.

O projecto acabou com o avançar da "luta pela democracia". Foram destruídos centenas de milhar de dólares em equipamento de origem brasileira e a maior parte das infraestruturas.

Satura tanta incompetência!

nachingweya disse...

Pode ser que Dilma Rousseff consiga começar a resolver o problema dos Sem-Terra no Brasil. Imagine-se 6 hectares por brasileiro exportado. Em 6 milhões de hectares cabe 1 milhão de marmanjos. Se cada um trouxer mulher e prole, dá para 4,5,6 milhões de Sem-Terra a descobrir África!
O negócio pode ficar ainda melhor oleado agora que Dilma deu tacho a Sócrates, antigo PM luso, nosso mui prestimoso amigo e conhecedor dos apetites da corte de Kanphumu.

nachingweya disse...

Moçambicanos,
60 mil Kilometros quadrados são 5 didtritos de Morrumbala (12 500 Km2)!CINCO.
Será que a lei confere poder ao próprio Conselho de Ministros para ceder tamanha porção de território nacional por 50 anos com possibilidade de renovação?
De acordo com a minha sensibilidade nem a propria AR deve ter poder para aprovar uma tal obscenidade sem passar por um Referendo.
Oh Moçambique "O teu dormir é mais que terreno" [sic]

PS:Peço a opinião de quem tiver uma sobre esta questão. Estou magoado na minha condição de moçambicano mas sobretudo preocupado na minha funçao de cidadão.