06 abril 2010

Fortemente estragada



A cidade está fortemente estragada após a intensa chuva que tem caído. Os habitantes dos bairros periféricos sofrem muito. Zonas há onde nem os chapistas metem os seus carros nas estradas. Nas ruas da grande Maputo, há buracos que parecem crateras nucleares, como as fotos acima - por mim tiradas esta manhã - ilustram. O problema não está nas chuvas, o problema está na negligência e na malandrice empreiteira: negligência, porque (1) não há reordenamento e urbanização dos bairros péri-urbanos e (2) manutenção e reparação dos sistemas de escoamento de água; malandrice empreiteira, porque (1) construímos ou reparamos as estradas prepositadamente com o mínimo de gastos, de maneira que uma bátega mais forte é suficiente para levantar a fina camada de alcatrão e deixar a descoberto e arrastar a brita, dando origem a nova fase malandra de cantonagem após um concurso glorioso; (2) porque não inspeccionamos a cantonagem.

14 comentários:

Abdul Karim disse...

Eu vou comecar a pensar em abrir uma empresa de fiscalizacao governamental... acho que vai haver necessidade de fiscais de verdade.

E enquanto nao estao resolvidos problemas burocraticos pra um individuo como eu operar normalmente...

Entao vou fiscalizar de borla, ...sem cartao de trabalho... e sem salario...

Anima ser fiscal.

Anónimo disse...

Não se poderá andar com carros ligeiros tentando contornar estes 'buracos', dá cabo dos 'shocks e bearings', e quem irá pagar o balúrdio que é a substituição destes?
Para Maputo, precisa-se de carros 4 X 4 s.
Maria Helena

Gata disse...

Adoro a chuva mas não posso desfrutá-la sem pensar nos prejuizos que vêm depois, por causa dessas obras mal concebidas...e aí arrefeço os meus âminos. Frustrante!

V. Dias disse...

Que desgraça!

Zicomo

Linette Olofsson disse...

´Completamente uma desgraça!
Cidade de Maputo esta com grandes problemas de saneamto.
Não ha escoamento das aguas para o mar.
Passei hoje por uma das partes nobres da cidade, vi pessoas com agua té ao joelho.
Entretanto as construções de luxo continua de uma forma desusada...

ricardo disse...

Professor...

Mais tres dias de chuva igual a dos tres ultimos dias e a cidade vai comecar a desfazer-se...

Eis porque considero que as 70.000 casas para jovens devem ser construidas no interior do pais, longe das grandes urbes do pais.

Porque elas estao simplesmente a rebentar pelas costuras, sem capacidade responder a demanda crescente de uso e abuso da infra-estrutura urbana, independentemente das habituais aldrabadas dos empreiteiros.

Quer um exemplo? Na Mao-Tse-Tung, as duas faixas sempre foram separadas por canteiros desde o tempo colonial. Ate aos anos 90, era expressamente proibido estacionar neles. Mas os clientes abastados do SHEIK abriram o livro do mau exemplo. E hoje, a maior parte do relvado desapareceu. Se passar por la agora, ira reparar nos sulcos profundos que a chuva criou por erosao da terra, justamente porque a relva ja la nao estava! Nao tarda, e a berma da estrada ira cair neles e consequentemente, o alcatrao tambem. E mais uma estrada tera que ser fechada ao transito por manifesta incuria dos municipes e a passividade da municipalidade.

A ironia e que Yok Chan, antigo dono do SHEIK, tambem foi vereador municipal!

Que belo exemplo nos deixou...

Anónimo disse...

Quando vi estas imagens pensei que fossem as ruas de Lichinga; também Maputo está assim? Claro, claro... é assim em todo o país e isso não é novidade pra ninguem. Triste!

Na segunfa fotografia, dá pra ver que já há um "remendo" de cimento e de remendo em remendo vamos nós.

AAS

umBhalane disse...

O grande problema "destes" buracos é que mexem nos "nossos" bolsos.

Porque buracos hão por todo o Moçambique, e bem maiores, bem mais feios, e sem alcatrão a emoldurar.

Mas é lá...

micas disse...

Karim, se precisares de uma fiscal assistente......trabalho de borla também.

A minha terra continua linda e a precisar urgentemente de tanta coisa.São as estradas, são as casas a precisar de recuperação, são escolas e hospitais.....quem deita a mão a isto, já, já?

Anónimo disse...

Eu convido a todos a fazer o troco Beira-Inchope para ver o que e estrada no buraco. E uma estrada muito movimentada que liga o porto da Beira ao Zimbabwe, Malawe e a Zambia. Sei que combram na fronteira uma taxa onde esta incluido a manutencao de estradas mas sinceramente. Na minha opiniao e preferivel que se monte uma portagem. Aparentemente pode parecer que nos os utentes vamos gastar muito dinheiro por pagar a portagem mas eu acho que antes pagar 100,00Mt de cada vez que uso a estrada que perder uma mola que me custara uma fortuna. Nao e so o problema de pecas partidas que tenho que pagar caro mas tambem porque os buracos custao vidas. Por exemplo a duas semanas atras uma familia inteira foi "chassinada" quando um camiao na tentativa de evitar um buracao invadio a faixa contraria e "esmagou" o seu carro. Nesta estrada ha de quando em vez obras de emergencia, afinal quando e que vamos ter obras que nao sejam de emergencia? Parece que estao ais preocupados com o taxo das inspeccoes.....mas acho que a portagem tambem pode ser um bom taxo com a vantagem de que vamos ter uma estrada boa

Abdul Karim disse...

Obrigado Micas... Vamos a isso.

Fiscalizacao 'e que vai dar.

umBhalane disse...

Parece que é aquilo que acima escrevi.

Afinal, o Sr. Anónimo das 7/4/10 10:58 AM faz uma descrição do quotidiano.

Mas há muito pior.

Mas é lá...

ricardo disse...

Bem, aos poucos, as pessoas vao dando conta do sentido de ter portagens em alguns dos trocos nucleares do pais para se garantir uma boa transitabilidade. Se bem que quem...

For avaliar a qualidade da transitabilidade da EN4 (Matola) em apenas dois trocos: Maputo-Matola e Matola-Moamba vai ver enormes diferencas em desfavor do primeiro.

Pois senao vejamos, no troco Maputo-Matola onde se deve circular em media a 100km/h e comum ver tchovas-xtadumas (carrinhos de mao) a circular (e na contra-mao); semaforos avariados; semi-colectivos carcomidos pela ferrugem sem retrovisor, sobrelotados e que avariam de repente; camioes-cavalo na via rapida que tambem avariam frequentemente; buracos no asfalto da propria portagem. Inversoes de Marcha/Cortes de Prioridade em plena portagem, etc. etc. E o mais curioso, nenhuma policia de transito a monitorizar este caos. Apenas sinais estaticos de transito limitando a velocidade aos 60 km/h numa AUTO-ESTRADA nas cercanias da cidade! O que e que construiram ali, uma ciclovia ou uma pista de atletismo? Onde se percebe que muitas vezes nao basta pagar taxas, e preciso saber exigir o retorno das mesmas com servicos de qualidade.

E claro, o vagaroso servico de pagamento da propria Portagem. Porque e que nao se encoraja o uso do cartao/e-tag? Se a MCel conseguiu criar essa cultura e aumentar a sua margem de lucros, o que impede a TRAC de o fazer tambem? E que 15 minutos para pagar uma portagem e muito tempo. E tempo e dinheiro.

Esse e um dilema para mim. Porque embora reconheca que a expansao da rede viaria de Mocambique passe tambem por portagens, devo reconhecer que nao e dado adquirido que as mesmas venham a ser efectivas, a julgar pelo mau exemplo de gestao da EN4 pela TRAC.

Anónimo disse...

E tem ainda quem defenda que esses buracos nao danificam as viaturas!