Agrava-se, dia após dia, o estado de segurança da marginal de Maputo (para não falar da beleza que vai sumindo desoladoramente), marginal que constitui um dos ícones da cidade. Como um cancro, a doença alastra-se, a areia vai sendo sorvida pelo mar, enormes buracos e fendas vão surgindo (a situação é particularmente grave entre o Clube Naval e o viaduto). Recorde uma carta aberta que em 2007 escrevi ao então edil da cidade, Eneas Comiche, com uma argumentação que procurei fosse técnica, aqui. Com urgência, a marginal carece não de pequenos remendos, mas de grande cirurgia. As fotos são minhas e, com excepção da das casurianas, foram tiradas esta manhã.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
09 janeiro 2010
Marginal de Maputo gravemente doente
Agrava-se, dia após dia, o estado de segurança da marginal de Maputo (para não falar da beleza que vai sumindo desoladoramente), marginal que constitui um dos ícones da cidade. Como um cancro, a doença alastra-se, a areia vai sendo sorvida pelo mar, enormes buracos e fendas vão surgindo (a situação é particularmente grave entre o Clube Naval e o viaduto). Recorde uma carta aberta que em 2007 escrevi ao então edil da cidade, Eneas Comiche, com uma argumentação que procurei fosse técnica, aqui. Com urgência, a marginal carece não de pequenos remendos, mas de grande cirurgia. As fotos são minhas e, com excepção da das casurianas, foram tiradas esta manhã.
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5 comentários:
Recentemente, ouvi numa certa imprensa de que já haviam sido garantidos alguns milhões de usd para reabilitar a marginal inteira.
Desconheço os contornos da operação que, certamente, terá de prever os efeitos nefastos da elevação do nível do mar nos últimos tempos.
E a propósito do viaduto, esse sim, motivo de preocupação. Ele está cheio de buracos no asfalto e tem o corrimão dos peões a desfazer-se em ferrugem. Tendo em conta que a sua estrutura é feita em betão, e este, material degradável, é tempo de verificar a existência de fissuras no mesmo.
Nunca é tarde lembrar que o viaduto é o eixo de desentupimento do tráfego rodoviário da área da Ponta Vermelha num sentido e da Baixa, noutro.
É uma dor de alma ver estas imagens.
Desejo que alguém tome a iniciativa de fazer algo com a máxima urgência.
Maria Helena
Alertas nao faltaram ao governo da cidade e nao só!!
Todos assistimos o processo de degradaçao ambiental, nao só em Maputo como em outros pontos do País.
É nada fizemos; tirando a Beira que se ve de olho nu os esforços do CM.
Esta triste exposiçao na capital vem de longa data e já muitas vezes reportado nos orgaos de comunicaçao social.
Infelizmente ainda nao se criou a cultura da prevençao, o cuidado e carinho de olhar para a natureza como um estímulo da nossa convicencia humana, por isso que assistimos esta degradaçao desastorsa em plena capital com a cumplicidade dos governantes, e de todos que por lá passaram.
Nos entretantos...ve-se a desencadeada loucura da construçao de palácios, (alguns construídas em lugares imprópios),gasolineiras em tudo que é esquina.
A quem interessa a nossa marginal?
Talvez quando ela permitir a ´fúria do oceano indico pela terra dentro,aí sim,quem de direito irá fazer alguma coisa...um pdeido de emergencia, um pedido de socorro a comunidade internacional entre outros, o que se diga de passagem, que já estamos habituados a assistir.
Interessante chamada de atençao!
Quero apenas juntar-me a tantas vozes que se têm feito ouvir sobre este mesmo tema da nossa marginal já há vários anos...
Não sei se vale a pena continuarmos a lamentar os carros que estacionam onde não devem, as mansões construídas na encosta, etc. ...
Em vez disso precisamos que o Município tenha ideias e encontre os meios, não para fazer mais uns remendos na nossa marginal, mas para avançar soluções a mais longo prazo ...
Eu sou uma leiga no assunto mas sei o que fizeram noutras cidades para resolver este tipo de problemas ... (Santiago do Chile, Rio de Janeiro, Amsterdam, etc. etc. ) já para não falar de Dubai!!!
Pergunto... não seria possível pensar-se no assoreamento da costa uns bons metros pelo mar adentro, digamos até à Xefina?
Teríamos espaço para reconstruir uma marginal com 4 ou até 6 faixas de rodagem, uma boa marina com espaço para se caminhar, andar de bicleta, para as famílias passearem com as suas crianças, para os jovens namorarem, etc. para se licenciarem barracas decentes e limpas onde se possa tomar um bebida e fazer pequenas refeições enquanto se apanha ar fresco, etc.
Entretanto a Xefina podia tornar-se num lugar turístico com restaurantes e outras formas de entretenimento interessantes para o turismo, onde se poderia chegar facilmente a pé!!!
Com certeza essa solução implica custos elevadíssimos mas no final do dia não sairá mais caro os remendos anuais???
Perdoem-me pela ideia que pode ser louca mas acho que falta visão para obras de grande envergadura na nossa cidade... passamos a vida só a remendar o que herdámos do tempo colonial....
Meu caro, se Maputo fosse Luanda, o ferry-boat já teria deixado de unir a Catembe a Maputo e a Xefina, não passaria da nossa marginal.
Por isso...
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