Publicado este ano, um texto de Brigitte Bagnol sobre o lobolo, palavra por ela grafada em lovolo: "Uma ecografia mostrou que tinha gémeos e que um dos fetos falecera. Esta informação reforçou a ideia do casal de que os espíritos da linhagem de Amélia estavam contra a sua união e gravidez. A morte de uma das crianças era para eles a expressão do poder dos espíritos e convenceu Amélia a voltar para casa antes que perdesse a outra criança ou ela mesma perdesse a vida. Esta situação criou um conflito no seio do casal. Amélia e José acreditavam que os espíritos da família de Amélia eram os responsáveis pela sua infelicidade. Porém, Amélia não entendia os motivos pelos quais o seu companheiro não realizava o lovolo. Do seu ponto de vista, José estava indirectamente na origem do seu sofrimento. Para José, os espíritos da linhagem de Amélia não eram compreensivos e não tomavam em consideração a situação económica do casal."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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