Falei-vos, no número anterior, na transformação da Renamo de exército guerrilheiro em partido. E acrescentei: as transições são sempre compósitas, complexas, mestiças. O novo faz quase sempre amor com o velho, os espíritos do passado coabitam com os espíritos do futuro. Por baixo de um fato cerimonial pode muitas vezes esconder-se o camuflado da guerra. Muitas das características da guerrilha mantiveram-se no partido que o ex-líder guerrilheiro, Afonso Dhlakama, continuou a dirigir, com os seus generais. Características que a Frelimo perdera, pouco a pouco, desde 1975. Esse problema estará inscrito, reactivando-se em permanência, dentro de um duplo constrangimento.
De que duplo constrangimento falo? Do seguinte: por um lado, a nova étapa história da Renamo obriga-a a lidar com processos de gestão social que consistem em convencer pessoas do seu projecto de governação; por outro lado, uma forte, constante e multilateral pressão adversária obriga-a a re-infiltrar nesses processos, comportamentos de violência reactiva oriundos da mentalidade guerrilheira do seu passado. No primeiro caso, a Renamo vai para a frente, no segundo vem para trás.
O presidente Dhlakama é a diagonal desse duplo constrangimento. Ele é o César de dois tipos de história abraçados em permanência.
(continua)
5 comentários:
Dlakham é um lider moribundo, com apoio dos Sul africanos, tornou-se um estratega militar, nao passou disso.
Nao é um politico, razao pela qual, nao conseguiu demonstrar que sabe gerir um partido politico
Nao tem, personalidade politica!
É um caos como ele esta a dirigir a Renamo.
Eis o resultado.
é um vendido a frelimo, para destruir a renamo, partido que ele contribuiu para sua nascença.
Faz politica na base de fofocas, abate pessoas.
Quem com ferro mata, com ferro morre!
Tem consciencia se deixtar de ser presidente, nao tem outro trabalho, nao sabe fazer nada!
nem sequer é util para estar por detras de um balcao a cortar tecido.
ELE, vai pagar um preço alto por destruir a Renamo, a frelimo depois de atingir os seus objectivos, vai abandona-lo
o que a frelimo quer é obeter a maioria dos 2 terços
pensante e futurista
Interessante a abordagem que o Professor faz sobre a passagem, ou a transição da Renamo guerrilha à Renamo partido. Qualquer formação passaria ou experimentaria algumas dificuldades. Em menor ou maior dimensão. "por outro lado, uma forte, constante e multilateral pressão adversária obriga-a a re-infiltrar nesses processos, comportamentos de violência reactiva oriundos da mentalidade guerrilheira do seu passado". Aqui, tenho em mim que os "comportamentos de violência reactiva oriundos da mentalidade guerrilheira do seu passado" não só são activados face a uma pressão adversária, mas também a uma pressão interna, sobretudo quando a conflitualidade se bi-polariza entre a "ala fundadora", chamémo-la, e a "ala pós-92, sobretudo os novos intelectuais".
Dlakhama igual a Mugade!
Não aprecio Mugabe.
Mas daí a insultar Mugabe, pela comparação, vai uma distância muito grande.
Se Dlakhama fosse igual a Mugabe, já seria presidente de Moçambique há muito, muito tempo...
Estaria, mesmo, cansado de ser presidente.
Essa a diferença!
Assim, Dlakhama não é igual a Mugabe!
Nem semelhante.
Entao... esta a caminho do Mugabismo
Enviar um comentário