Cidade de Maputo, 21:45. No cruzamento da Nyerere com a 24 de Julho, num dos restaurantes ali existentes, pessoas comem de forma calma, os pratos estão cheios e vejo camarões, duas crianças da noite empoleiram-se no muro de resguardo para verem. No cruzamento da Nyerere com a Eduardo Mondlane, lá está o habitual jovem com a criança às costas, embrulhada numa capulana, pedindo esmola.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Caro Prof. Serra a situação está ruim em todo mundo. Aqui em São Paulo é triste ver mendigos ou crianças pobres andando por ruas de bairros nobres, contrastando com senhoras ricas fazendo compras ou executivos bem vestidos a bordo de carros importados. A desigualdade social está presente em qualquer esquina e não vejo nenhum empenho das autoridades em dimunuí-las. Um abraço professor.
Olá, Guilherme! Sim, vi isso em SP, essa cidade gigantesca e complexa à qual deverei regressar próximo ano...
Nos meados dos anos 90 havia um lar gerido pelas freiras. Elas também ofereceram uma manta, um copo de chá e pão aos meninos da rua. Talvéz está na hora de pedir as freiras de voltar?
Enviar um comentário