O editor do "Savana", Fernando Gonçalves, escreveu uma crónica com o título "Felicitar a ZANU-PF foi um grave erro estratégico", da qual extracto desde já o seguinte: "A Frelimo pode estar convencida de que a sua aliança com Mugabe e com a Zanu-PF nunca deve ser posta em causa pela necessidade de satisfazer os interesses do Ocidente. Mas ao estabelecer uma ligação mítica entre o Ocidente e as forças que dentro do Zimbabwe se opõem a Mugabe é uma atitude de desprezo pelos milhões de eleitores que no dia 29 de Março disseram a Mugabe que já basta. Na óptica desta linha de pensamento, os zimbabweanos não sabem o que querem. É, sobretudo, um acto de auto-flagelação, que assenta na ideia de que o preto nunca ele próprio, por iniciativa própria, pode saber reivindicar os seus direitos. Precisa de um branco por detrás. De qualquer modo, este não é um argumento novo. Ian Smith dizia que os nacionalistas que lutavam pela independência do Zimbabwe estavam ao serviço do comunismo russo." Leia o texto completo aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
6 comentários:
Sou membro do Partido Frelimo mas me distancio dos pronunciamento do porta-voz Edson, deveria se retirado imediatamente desse lugar. Ja estou cansado desse mau repetidor que so esta desgastar a imagem da Frelimo.
Interessante, muito interessante
este anonimo deve ser daqueles que fazem parte dos GRUPOS lá dentro e não gostam do Edson...lol
Concordo consigo Amorim Bento. Pessoalmente não acho ser uma má coisa. Grupos existem em todas as organizacões e sendo assim, o que mais me preocupa é que muitos dos elementos de grupos que se opõem à palavra do chefe ou do grupo dominante nunca falam lá dentro e sempre falam de fora é em anonimado. Isto é tanto na Frelimo como na Renamo. Então, acho isto ser um desafio para todos nós.
Aprecio o esforço do Savana que,com outros poucos meios de informação,têm vindo a fazer no sentido de criar/estimular uma opinião públicA esclarecida, o sufeciente para ponderar as suas escolhas politicas futuras.Mas o diagnóstico da natureza/matriz da FrelimO está retratada nestes seus 33 anos nos destinos do país.Só não vê quem não quer.Não acredito que os ditos "grupos" no seu seio constituam um verdadeiro potencial para reformular a matriz do partido.Isto,por duas razõeS:1.a cultura politica de eliminação e isolamento do pensamento diferente que remonta à gènese mesma da Frelimo;2.o facto do partido se ter transformado num aparelho de selectividade,produção e ascenção sócio-económica a todos os níveis, derivado do seu controle total de todas os sectores da sociedade.Por outras palavras,o medo de opinar dentro do aparelho é "legitímo",mas é o preço a pagar para beneficiar do sistema de selectividade.Senão,como se explica que tais "grupos" discordantes não se distanciam públicamente do partido?Neste aspecto, e apesar dos pesares,alguns partidos da oposição já nos vêm habituando a uma cultura de desobediência,cisão e oposição declaradas e assumidas por parte dos seus membros.Essa pode ser outra "génese" portadora de outra cultura politica.
Caro anónimo,
Aí vc entrou em detalhes sobre o que eu queria dizer ao sugerir que a questão de diversidade de opinião nos nossos partidos era o nosso desafio. Precisamos de ter essa consciência que nos nossos partidos há grupos e esses grupos não naturais. Há que também reconhecer que há um sistema de selectividade e que este mina o progresso de tudo que é útil à nacão mocambicana. Eu já me pus a reflectir sobre essas desobediências, oposicões declaradas e assumidas na Renamo em particular e concluo que é aviso de alguma coisa. E, porque na Frelimo, menos pessoas como o Embaixador Ferrão, falam em anonimado?
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