01 dezembro 2007

As mangas estão verdes

Apenas 56% dos eleitores se registaram em Gaza, bastião do partido Frelimo, mas a Sra. Maria Ombe, do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, diz que o trabalho foi um sucesso. E para que as nossas almas fiquem mais tranquilas, projectou para o futuro como êxito o inêxito de momento: por isso falou em "primeira fase do recenseamento", tomando em conta que ele foi prolongado. Quando queremos comer mangas mas não as alcançamos, é normal dizermos que estão verdes. E em toda esta saga, ninguém, seja ao nível da Comissão Nacional de Eleições, seja ao nível do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, teve, até agora, a coragem de nos explicar por que razão ou por que razões, realmente (e para além das visões técnicas do tipo"os computadores avariaram"), o recenseamento falhou. Não há, afinal, limpeza a fazer no quintal.

3 comentários:

Anónimo disse...

A "História" é sempre aquilo que conta quem está no poder. Não são como esta tantas outras histórias da nossa "História"?
M.

Anónimo disse...

Nao vale a pena esperar que alguem apareca em publico explicando o que se passou. Ou seja, a da conta das razoes do descalabro. Nao ha essa tradicao. Alias nem e para isso que essa gente esta ocupando essas posicoes todas.
Estao la para servir o partidao (Frelimo) e a si proprio. E facilmente se cria o ciclo vicioso partido-eu-partido, que nos os outros nao contamos. Nos que os sustentamos nao existimos.
E ha que considerar o facto de mesmo os goverantes terem entrado numa especie de pacto do silencio sobre o assunto...um silencio aterrador. Ninguem disse nada. Ninguem viu nada. Como se a extensao do periodo de registo apagasse o mau desempenho do STAE.
Pior ainda: ninguem e responsabilizado.
E assim vai o Pais da Marrabenta...

Anónimo disse...

No pai's da Marrabenta isto e' assim, para a nossa infelicidade. Mas que chamar atencao para o que o "Reflectindo sobre Mocambique" colocou neste espaco algures.

Tem-se amuidemente propalado que o recenceamento esteja a correr tao bem no sul de Mozambique que as percentagens acima da me'dia e que se vai extender o processo para mais potenciais eleitores. Ora bem, a abertura de novos postos nao previamente planificados pelo STAE pode ser uma razao, ou quando muito se prende ao facto de ser um exercicio de pura fraude, impolando as cifras, claro.

Ja' o mesmo nao acontece no centro e no norte, onde parece que os eleitores raream. Ao que tudo indica, ha' um esforc;o deliberado de restringir o recenseamento para zonas de maior densidade populacional.

Enfim, esta e' uma avaliacao geral e generalizada de quantos acompanham este exercicio penoso da STAE a reboque de quem manda.

Masu