06 maio 2007

O boato do tráfico de crianças e de órgãos humanos em Nampula


Uma grande comoção nacional e internacional aconteceu em 2002 quando uma freira leiga brasileira, Elilda dos Santos (múltiplas entradas exitem na net para esse nome), afirmou repetidamente que havia tráfico de crianças e de órgãos humanos em Nampula, coordenado por um sul-africano papão, Gary O´Connor. Em 2005 dirigi uma pesquisa sobre o fenómeno e mais nada foi possível obter senão o boato (capa do livro publicado na imagem). Agora, através de uma trabalho depositado no "youtube" a 07 de Março deste ano, venho a saber que o mesmo tipo de acusação foi feito por uma freira espanhola. O mesmo tipo de discurso, o mesmo tipo de acusação. Isso fez com que uma equipa de investigadores espanhóis se deslocasse a Nampula. O produto do trabalho que fizeram e que apresentaram em programa televisivo com o título "Trafico de organos en Mozambique. Iglesia miente", pode ser visto aqui, aqui, aqui e aqui.

5 comentários:

Aguiar disse...

Seria bom que o Gabriel Mutishe, lesse isto lembro-me de ter debatido, com Mutishe, sobre algo similar no blog “deixa andar” em Junho de 2006; afirmour Mutishe no "deixa-andar" que que o trafico de crianças nao era mais do que uma mistificaçao. Usando a palavra “mistificação para significar burla, logro, dolo, engano ilusão...”
Na época havia recoltado alguns sites, mas como se afiguravam à partida ilusorios, guardei-os. Como disse Samora “ninguem pode travar a força do vento com as maos” espero que um dia todos esses “boatos” “mitos” e “ilusoes” terminem e com eles o sofrimento do engano...

http://www.fraternet.com/magazine/inf17_04.htm
http://www.afrik.com/article764.html
http://www.observatoirecitoyen.be/article.php3?id_article=425

http://fr.allafrica.com/stories/200606020597.html

Carlos Serra disse...

Creio que Gabriel irá ler isto. Olhe, infelizmente não consegui localizar nenhum ficheiro do livro que ped~iu. Lamentavelmente não o tenho, coisas do meu habitual desleixo. Verei, amanhã, se a Imprensa Universitária o tem. Desculpe.

Aguiar disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Oi Iolanda,
Lembro-me bem do debate que mantivemos no "deixa andar". Aqui no meu escritório não posso aceder ao que dizem os espanhois. Mas pelo que afirma o Professor Serra e pelo que se depreende do título "iglesia miente", creio que eu tinha razão.

Os inquiridores espanhois foram até mais duros do que eu, na classificação aos que propalam estes boatos. Eu chamara-os apenas mistificadores e os espanhois chamam-nos mentirosos.

De toda a forma a discussão nem era se em Napula havia tráfico de crianças e de órgãos humanos. A discussão era se em África haveria tráfico de pessoas (e de crianças) para serem submetidas a trabalho escravo. E eu indagava na altura, que país, que região e que economia em África se reproduzia com base em trabalho escravo?

Ninguém respondeu satisfatoriamente à minha pergunta, pelo que conclui que andam por aí alguns círculos que, com objectivos que só eles conhecem, querem nos convencer de que andamos a nos vender uns aos outros por cá.

No debate reconheci que, a haver algum tipo de tráfico, ele se situava nos níveis em que ele acontece em todo o mundo, onde, por exemplo mulheres, adolescentes a até crianças são traficadas para escravatura sexual. Os europeus inventaram o termo "escravas brancas" para caracterizar esta situação. Não enjetei a hipótese de, também, poderem ocorrer, como em todo o mundo, algumas bolsas de tráfico para rituais satánicos ou práticas de feitiçaria. Tenho sérias dúvidas de que, por exemplo, a partir de Nampula, se possam exportar órgãos humanos. Lembrem-se que, segundo os relatos da época, as pessoas eram assassinadas debaixo de cajueiros, aos gritos, sem as mais mínimas condições de higiene.

Se a Iolanda tiver dados diferentes pode expo-los que, por mim, o debate pode ser reaberto.

Um abraço. Gabriel Muthisse

Aguiar disse...

Ola Gabriel
Mto obrigado pelo esclarecimento, mas nao quero voltar ao debate.

Enqto mulher -utero da humanidade -
tenho dificuldades em guardar a boa distancia, que a racionalidade cientifica assim o exige. Assim sendo, Carissimo, abstenho-me de todo e qualquer comentario.