Segundo o “Notícias” de hoje (31/08/06, em reportagem a nove colunas ocupando toda a página 2.), residentes dos bairro T3 na Matola chamaram curandeiros para descobrirem os assassinos que aterrorizam o bairro, face à suposta ineficiência da polícia. Os curandeiros têm 15 dias para encontrarem uma solução e revelaram a identidade dos criminosos. Para já, residentes e curandeiros apontam o dedo acusador aos estrangeiros do Zimbabwe e dos Grandes Lagos, capazes, segundo eles, de se transformarem em gatos, ratos e cobras para violarem mulheres na calada da noite e matarem cidadãos com o fito de lhes extraírem o sangue para operações mágicas. Entretanto, o administrador do Infulene afirmou que não acredita na superstição e disse que a a calma que se vive agora no T3 não tem a ver com o curandeirismo, mas com o reforço da acção policial.
(Recordo que existem neste diário várias entradas sobre o T3).
Em meio a um fenómeno complexo, interessante luta esta entre os gestores do visível (polícia) e os do invisível (curandeiros).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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