01 setembro 2006

Espanto

Interessante, muito interessante. Um blogue começado e abandonado no mesmo ano, 2004. Nele, uma socióloga queixou-se amargamente do facto de num país europeu um dado sociólogo passar por ser o emblema de referência na sociologia local. E escreveu: "Ele não trouxe nada de novo". Etc.
Eis o velho problema: a crença de que precisamos de ter coisas novas para sermos sociólogos, de ter formas novas, teoricamente novas, de estudarmos e analisarmos o social.
Todavia, em meu entender não são as novas teorias e os novos métodos que, em última instância, nos fazem ler melhor esse social, mas, antes, a nossa capacidade permanente de espanto perante o que sempre parece repetir-se.
O social esgota-se quando o espanto desaparece.
A sociologia é espanto enxertado nos fenómenos.

3 comentários:

Carlos Serra disse...

Veja a nova entrada.

Carlos Serra disse...

"Espanto e holofotes cognitivos".

Carlos Serra disse...

Existem textos capitais em Edgar Morin a propósito do que o Wetela chama "natureza humana" e ele, "complexidade humana".