Volto ao espanto, espanto que é a coluna vertebral de qualquer interpretação sociológica.
Escrevi, em entrada anterior, que mais decisivo do que inovar teórica ou metodologicamente, era a nossa capacidade de espanto perante os fenómenos da vida.
Efectivamente, é esse espanto, essa juventude do nosso “olhar” que faz encontrar o que é sempre novo no que, socialmente, parece sempre velho.
E é espantando-nos que deixamos de ser sociólogos, historiadores, antropólogos, sejam quais forem as gavetas vaidosas das chamadas ciências sociais.
Seremos, somos, apenas, estudantes do social.
E, sendo-o, sê-lo-emos tão melhor quanto mais holofotes cognitivos soubermos assentar sobre o que estudamos, quanto mais visibilidade soubermos criar sobre os objectos da nossa pesquisa, quanto mais pontes formos capazes de criar entre fenómenos que só aparentemente estão isolados.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Sem comentários:
Enviar um comentário