Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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3 comentários:
O chanceler Gerson falou no século XV, embora na verdade não me admirava ouvir a mesma frase nos dias em que vivemos. O que mudou desde o século XV? Muita muita coisa mas se a mulher era uma ameaça continuam muitos a concordar que ainda o é. Se a mulher é uma ameaça, é-o para o homem. É-o ao fazer espaço para ela própria e ao fazer o braço de ferro (uma brincadeira que o homem tanto gosta e que tão bem demonstra a sua virilidade) no jogo do poder.
Ontem fui buscar o meu afilhado, que tem os seus 5 anos e a sua irmã com 9, à escola e fomos para o parque. Enquanto que ele empurrava um dos baloiços à sua irmã, eu disse
- Bernardo, estás tão forte! - ao que ele respondeu logo:
- Os rapazes são mais fortes e as raparigas são mais espertas! - e continuou a demonstrar a sua força ao empurrar o baloiço, e eu lhe perguntei
- Como é que sabes?
- Fui eu que inventei, mas toda a gente sabe.
Isto dito por uma criança de 5 anos. A tese do Bernardo que tem 5 anos. Será que é porque a sua educadora de 2ª classe é uma mulher, "e todo o ensino ministrado por uma mulher é suspeito"?
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Não passa de um jogo de poder onde a mulher anda fazer pontos.
Estou de acordo consigo. Hoje ainda, a mulher é uma construção social...masculina. Leia, por exemplo, "A dominação masculina" de Pierre Bourdieu.
Parece uma frase retrogada mas encontra-se mais actual do que nunca, mudam-se os tempos mas mantem-se os (pre)conceitos, embora hoje ja sejamos capazes de olha-los com olhos mais desafiadores e menos oprimidos, o tempo ensinou que digeri-los e cuspi-los faz menos mal que te-los dentro do estomago ou da cabeca (como preferirem). Usamos frases como essas para fortalecer o nosso hoje e ensinar que nossos filhos nao se transformem em "Gersons" mas sim em homens que distinguem diferencas mas nao excluem. Bjs.Tuchamz
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