04 fevereiro 2011

A cada um segundo as suas necessidades, a cada segundo o seu Samora (1)

Em epígrafe, um título propositada e perversamente bem  ao ritmo da ideia de que se a realidade é uma construção, cada herói também o é. De forma ainda mais perversa:  a verdade é o que cada um, melhor, o que cada grupo entende que ela deve ser, a realidade é uma interpretação. Então, neste ano já decretado como sendo de Samora Machel, principiaram os hinos e os ditirambos sobre o primeiro presidente da nação. Por outras palavras, Samora começou a ser interpretado, começou a ser inventado (crédito da foto aqui).
(continua)

6 comentários:

Abdul Karim disse...

Professor,

Eu tinha falado com o Samito, sobre a possibelidade de trabalhar a Imagem do Machel, quando eu ainda estava em Mocambique, e ate disse-lhe para que ele apresentasse a ideia a Graca,

Eu gostaria mesmo de trabalhar a Imagem do Machel, sentiria-me bastante Honrado, e era capaz de por ela ( a Imagem do Machel ), a um nivel bem alto.

Mas os "nossos" nao aceitam, essas coisas bonitas que agente quer fazer pelo pais.

Ainda nao consegui descobrir porque ?

Foquiço disse...

Duas coisas me impressionam: (1) a história (verdadeira, que tem testemunho, que é exemplo, em que se deve inspirar, que é real...) é dos vencedores, (2) a história constrói-se (a história prepara-se, organiza-se). Nã obstante, em relação ao último ponto, relevar que entre a história e o homem, há sempre um contínuo (acho). (in)consciêntemente o homem faz a sua própria história e esta, por sua vez, vai moldando o mesmo homem...

Salvador Langa disse...

MAs que título que título!!!! E estou mesmo a imaginar o que vai sair daqui. Que venha!

Xiluva disse...

O Professor costuma dizer que é samorista...

Carlos Serra disse...

Sim, costumo. E mais tarde a série prossegue.

Agry White disse...

Acho o título muito sugestivo: convidar/sugerir , descodificar, reinterpretar e desmistificar à luz da couraça ideológica que cada um transporta