08 janeiro 2010

De que raça é a tua cor? (7)

Mais um pouco da série.
Quando um grupo se considera senhor de algo que entende ser vital para a sua reprodução social, produzirá através dos seus intelectuais orgânicos uma teoria sistemática destinada a justificar o status quo.
Se esse grupo ainda não é senhor desse algo vital mas aspira a sê-lo, da mesma forma produzirá através dos seus intelectuais orgânicos uma teoria destinada a justificar a luta nesse sentido, invocando direitos históricos, legitimidade moral, etc.
Em qualquer dos casos, na luta, o grupo detentor de algo muito importante ou a isso aspirando produzirá sobre si uma visão de bondade e pureza e sobre os inimigos uma visão de maldade e impureza.
Os membros do grupo hegemónico outorgam-se o direito de se considerarem beneficiários por natureza e de considerar os outros como excluídos dos benefícios porque estrangeiros.
O alvo é, sempre, um determinado conjunto de recursos de poder. É este conjunto de recursos de poder que dá origem, na luta, à inclusão de uns e à exclusão de outros e à produção permanente de ideologia ratificadora.
(continua)

1 comentário:

Unknown disse...

Não sei o que dizer prof. veja que os intelectuais orgânicos preferem até alienarem as suas liberdades neste âmbito a troca de sei lá oque! interessante né? merece um estudo para se apurar o nível de realização sócio-económico até político dos dito cujos. gráve ainda é a ausências de limites dos ditos "direitos históricos, legitimidade moral, etc" há uma tendência de passar-se isso pela eternidade toda através de filhos, netos e bisnetos que também reclamão hegemonia pelos mesmo conjunto de recursos de poder. sigo uma ideologia com independências e liberdade.