06 maio 2008

Sexo desprotegido para receber cabaz alimentar também em Moçambique?

A propósito da postagem com o título "Fazer sexo desprotegido para receber o cabaz alimentar", reportando uma situação na África do Sul, recebi da Associação dos Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique o seguinte texto: "Bom dia Doutor Serra. Esta é uma situação que acontece aqui internamente e que nós os jovens da Associação dos Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique (AEFUM) constatámos e reportámos na nossa segunda edição do Projecto Férias Desenvolvendo o Distrito levado a cabo nas Províncias de Gaza, Inhambane e Manica e que esta situação constatou-se muito nos distritos da província de Inhambane. Isto concorre para uma Industrialização Sexual que poderá abalar a maioria das populações rurais que pela natureza da sua localização e situação social estão desprovidas de condições e de informação. Esta situação carece de um estudo MUITO aprofundado - Associação dos Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique (aefummz@yahoo.com.br).
Pergunta 1: como interpretar esta situação?
Pergunta 2: é possível invertê-la?
Pergunta 3: de que maneira ou de que maneiras?

2 comentários:

Júlio Mutisse disse...

Ilustres,

Na tentativa de cruzar modelos de previdência social de Moçambique e de outros países "choquei", em tempos, com o diploma que regula a questão na África do Sul, razão porque tenho dificuldades em aceitar que os sul africanos estejam, realmente, a dar subsídios pelo simples facto de se ser serropositivo.

Para além da dificuldade natural de aceitar a ideia dos subsídios, está a dificuldade de ACEITAR a ideia de que os sul africanos estejam a declarar, através dos subsídios, que QUALQUER SEROPOSITIVO, é inválido e, logo, merecedor dos subsídios. É difícil aceitar esta forma de ESTIGMATIZAÇÃO (é o que é na minha opinião).

Ser seropositivo não torna a pessoa inválida e incapaz de trabalhar para garantir o sustento próprio e dos seus. Quantos seropositivos não estarão no Governo, Parlamento, Nos Dumba-nengues, mercados formais e informais etc? Estamos a dizer que estamos a criar um mercado do SIDA em Moçambique? Para ser sustentado como? Quantos (dos milhões de seropositivos moçambicanos) em Moçambique recebem algo da Segurança Social ou da Acção Social para admitirmos a ideia de que isso esteja a acontecer? Que sustentabilidade tem tal ideia em Moçambique com uma previdência Social precária a todos os níveis que chega a dar pensões de 100MT ou menos?

Sejamos um pouco mais criativos.

Mas se o que queremos é actualizar os blogs podemos sempre dizer isso e mais alguma coisa.

JSM

Anónimo disse...

Quanta distracao, visitem sites de grupos de apoio sulafricanos que trabalham em AIDS, o TAC pode ser um bom ponto de entrada. Apesar de nao ser do governo sulafricano directamente, tem seropositivos, a receber cabaz sim, tem criancas orfas, em nome do SIDA, a receberem cabazes sim. Nesta postagem vem claro o seguinte 'Esta situação carece de um estudo MUITO (o muito vem em maiusculas) aprofundado'. Ou seja, o que foi dito e uma hipotese. Qual e a discussao que e construida sem hipotese de trabalho? Atras o professor avisara que ia mostrar como fazer sociologia, e aqui esta, parece-me. 1. Ouviu dizer (senso comum)e levantou uma hipotese (Pode estar a acontecer na africa do sul)-Afinal ciencia nasce do senso comum, nao e Bachelard?. 2. Alguem confirmou e ampliou a hipotese, reforca e reconstroi a hipotese (afinal pode estar a acontecer em Mocambique). 3. De certeza vira pesquisa documental e bibliografica a seguir (o que existe escrito sobre o assunto, e como relatorios e actas de reunioes podem ter informacao util sobre assuntos que ainda nao existem em formato cientifico, quando se trate de temas que precisem ainda ser olhados pela primeira vez). E la vai o processo de produzir conhecimento...Desculpe roubar-lhe o show professor.