13 janeiro 2012

A qualidade educativa: uma noção neoliberal próprio do darwinismo pedagógico

Com o título em epígrafe, um trabalho do cantor e professor colombiano Renan Vega Cantor, aqui.

2 comentários:

ricardo disse...

Teoricamente, ate admito que algumas das hipoteses apresentadas fazem sentido. Contudo, fico com uma duvida que o autor nao esclarece. Onde e quando foi possivel criar um "sistema de educacao digno" na humanidade? Na antiga Grecia, possivelmente...Escreve ele e muito bem sobre a necessidade dos tecnocratas saberem um pouco mais do social e humanismo. Pois bem, sou tambem de opiniao que a reciproca e verdadeira. Mas e muito raro ver isso acontecer. Ate parece que a elite pensadora actual so pode ser de cientistas sociais e humanistas envoltos no seu Tratado Hermetico prontos para rotular os "acefalos" tecnocratas. O que e que isso significa? Que os tecnocratas deverao ser "robots" ao servico do social? Quando alertamos para se ter atencao que o bem-estar e os modelos sociais so foram HISTORICAMENTE (e nao existe outro registo identico na memoria da Humanidade) possiveis na Europa e America do Norte da metade superior do sec. XX devido ao crescimento economico real, como consequencia de duas guerras mundiais, onde se refez (tal como se tenta novamente refazer hoje) a ordem economica mundial, lancam-se a terreiro a descoberta de outros vicios do sistema, como que se num outro planeta vivessemos.
Lembro-me tambem da educacao no socialismo. Onde a cultura e o social tambem ocupavam o lugar do estudo. O problema, era o tipo de cultura que estavamos autorizados a aprender. Educacao Politica sobre o Marxismo-Leninismo. As tradicoes culturais de Mocambique (negros). O trabalho voluntario (de caracter obrigatorio). Educacao Fisica e/ou Militar.
Portanto, ate nesse sistema que a Esquerda moderna volta e meia se socorre para desmontar os vicios do neo-liberalismo actual, haviam dogmas que em nada se diferenciam quanto aos fins, dos actuais.

Em suma, o paradigma manteve-se, mas a visibilidade social e maior hoje, antes que mais nao seja, pelo progresso tecnologico, so possivel, porque sustentaculo dialectico do proprio neo-liberalismo.

E chegados aqui, gostaria de citar, mesmo a contra-gosto, Adolf Hitler: "nao foram os cobardes, nem os indiferentes que mudaram o mundo". E de facto, nao foram. Tivesse sido a humanidade sempre igualitaria e nao competitiva, ainda viveriamos limitados pelas insuficiencias INDIVIDUAIS correntes do nosso aconchego familiar. A questao que se coloca e se isso teria sido suficiente para o progresso da ciencia e do proprio social que hoje tanto se reivindica?

Questao directamente colocada aos cientistas sociais...

Salvador Langa disse...

Excelente texto para reflexão e debate.