Com efeito, sempre que foi preciso fazer face a um Estado ou a um Império, os oficiais portugueses puderam tirar partido da cooptação com facções descontentes da aristocracia local e do apoio de populações ressentidas com as exacções (tenha-se em conta, por exemplo, o caso de Gaza).
Inversamente, lá onde as relações de poder se encontravam mais atomizadas e digamos que mais horizontalizadas e onde, portanto, era menos potente e visível a rede territorial-tributária, foi mais difícil encontrar aliados ressentidos. Aqui a resistência foi muito mais demorada. Tornou-se mais fácil, na verdade, vencer uma linhagem do que o princípio da organização linhageira. Para colocar o problema adaptando uma imagem de George Simmel: quando mais sólida a síntese na linhagem ou na coligação de linhagens, mais forte a antítese face ao estrangeiro.
Prossigo mais tarde.
(continua)
2 comentários:
O Professor já abordou este tema mas é sempre benéfico recordá-lo.
De acordo.
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