11 janeiro 2012

Kim Jong-il, multidões, desespero e problemas de análise (10)

Décimo número da série, dedicada ao estudo das reacções populares à morte do presidente norte-coreano e, em particular, de certas reacções na imprensa ocidental sobre a autenticidade das primeiras.
No número anterior propus-vos mais quatro pontos destinados a orientar os textos seguintes. Entro no primeiro, a saber: 1. Concepções sobre a dor norte-coreana em certa imprensa.
No geral de uma certa imprensa, as reacções populares norte-coreanas à morte de Kim Jong-il são enquadradas nos seguintes três grandes prismas:
1. Desconfiança em relação à autenticidade das manifestações de pesar e pranto
2. Pesar e pranto são resultado de uma manipulação deliberada feita pelo partido do falecido
3. A Coreia do Norte é uma distopia, um gigantesco ramo da teratologia, um enorme gulag comunista, um país de sofrimento e de fome, enfim um membro do "eixo do mal" à Bush
Nota: confira o seguinte título disseminado por muitos portais: Cenas de desespero no funeral de Kim Jong-il; confira os 181 comentários a um texto de Carlos Vidal, aqui; estude este documento aqui. Imagem reproduzida daqui.
(continua)

7 comentários:

Anónimo disse...

Dr, com a idade que tenho....nunca tinha visto tantos homens "choroes " adultos chorando de forma sincronizada, intensa e prolongada como os das Cenas ( Encenaçoes ) de desespero no funeral de Kim Jong-il.

Kimanuel

Anónimo disse...

SÃO PAULO – O momento mais emocionante do jogo entre Brasil e Coreia do Norte, ontem, aconteceu antes que a bola rolasse. Foi durante a execução do hino do país adversário, quando as câmeras flagraram o atacante Jong Tae-se se debulhando em lágrimas. A expressão de choro permaneceu em seu rosto durante a partida. Se ele jogasse como chora, estaríamos fritos.
fonte: http://www.dincao.com.br/noticias/2010/06/16/fantasia-e-miseria-na-copa/

Kimanel

ricardo disse...

Sem querer desvalorizar o poder mediático de certa imprensa, e se quizer, usando outros exemplos do mundo, a mesma assenta que nem uma luva ao regime norte-coreano, que como diria Craveirinha, é o carvão que alimenta esta combustão, justamente por ser diferente do PADRÃO aceite pela maioria dos estados do mundo.

Devo contudo dizer, que não estou muito de acordo com os prismas apresentados, por serem minimalistas, ao ponto de não explorarem aspectos bem característicos dos sistemas marxistas no que tange à mobilização e controlo das massas, inclusive, aquelas que se situam no limbo. Nós mesmos em Moçambique, já vivenciámos algumas manifestações de unanimismo muito similares as que vimos nos ecrans da TV.

Existe muita literatura sobre o regime norte-coreano que nos permite tirar mais ilações e quiçá, justificar o seu permanente carácter fechado, que está longe de ser uma vontade própria, publicada muito antes do clã Bush ter assentado arraiais em Washington.

ricardo disse...

Sugiro que estudemos também os textos publicados pela agência de notícias norte-coreana: http://www.kcna.kp

Se alguém ainda se lembra dos textos da Novosti ou da revista "Neus Deutschland", poderá mostrar-me as diferenças...

Salvador Langa disse...

O grande problema é termos um mesmo molde para civilizações diferentes.

Marta disse...

Costumes asiáticos sempre nos parecem estranhos. O problema é que os óculos deles não são os nossos. Ou não é?

TaCuba disse...

Na terra do Kim sofre-se, na terra do Bush há festa...É isso meus senhores?