Uma avaria considerada grave pelas TDM na fibra óptica entre Vilanculos e Beira está a afectar as comunicações no centro/norte do país, podendo a reparação durar cerca de um mês. Confira aqui. Para uma crítica ao monopólio e ao trabalho das TDM, aqui.
10 comentários:
Assim não vamos longe. Sem comunicação será um fracasso. Karim, o que tens a dizer? A Índia bem pidia dar uma mão oa país!!!
Zicomo
Absolutamente de acordo com o jornal Verd@de. Com efeito, quebrou-se a espinha dorsal do pais, criando uma zona clara e outra escura.
Mas ha aqui um ponto que tenho de discordar. E quando se afirma que as TDM desde 1981 nao criaram capacidade interna. Nao corresponde a verdade. Rui Fernandes, enquanto esteve a frente daquela instituicao sempre defendeu exactamente que o sucesso estava na qualidade do seu Funcionario. Muitos, que hoje andam pela MCel, VODACOM, Mozal e VALE passaram pela oficina TDM.
Se ha algo que podemos acusar Fernandes e um legado de gestao competente e talvez...pressoes politicas no sentido de manter o MONOPOLIO das TDM ad aeternum!...
O problema e que ultimamente, os gestores das modernices, pura e simplesmente abdicaram da politica de RH seguida por Fernandes virando-se essencialmente para o outsourcing (terceirizacao) e consultadorias.
Porque lhes parece rapido e barato.
Ate o Estado (SISTAFE) ja embarcou nessa musica.
Ate ao momento em que sucedem coisas destas com o cabo de fibra optica, que voltarao a acontecer, porque o corte de um cabo a 35 metros de profundidade e coisa "normal" em alto mar. So quem nunca andou em mar aberto e que podera acreditar que isso nao voltara a acontecer.
Sao correntes maritimas fazendo torsao dos cabos, sao embarcacoes de grande calado, sao mergulhos de profundidade com proposito dubio, sao grandes mamiferos maritimos, tudo sao factores de risco para um cabo a 35 metros de profundidade poder cortar-se.
Por isso, que haja um piquete para cabos sob pena de estarmos a transformar a modernizacao do pais numa fantochada total. E fim do monopolio. Que venha a EDM com a sua transmissao de dados via rede electrica de alta tensao. E so autorizar.
Como é que se adquir altas tecnologias sem ter-se em conta a capacidade de reposição?
Quer em termos financeiros e tecnológicos!
Somos experts em por a carroça em frente dos bois!
Tecnologia é importante para desenvolvimento, mas há que se ter em conta a assistencia, dessas altas tecnologias adquiridas para um País tão pobre como Moçambique que ainda vive de mão estendida!
É prejudicial aos cidadãos e a economia do País!
Viriato,
Estou muito preocupado com o meu Tio Afonso,
Sabes que eu gosto muito dele,
A India 'e uma potencia em comunicacao,
E se me derem opurtunidade de fazer algo, entao posso tentar,
Eu gosto de comunicacao.
Mas parece monopolio ai, nao deixa os nao "socios" entrarem no jogo,
No marketing chamamos de "barreiras 'a entrada", no meu caso ate poem "barreiras a saida".
Bem dito Karim,
Tive um professor que me dizia sempre, como se eu não soubesse ouvir, que o sucesso de um país não está apenas nas tecnologias, mas sobretudo nos recursos humanos, aí é que anda o nosso patromónio, aí está o nosso futuro.
Fazer o quê!!! Será que há falta de dinheiro? Será que somos incapazes de evitar isso? Somos tão desorganizados assim? Karim, será que não somos capazes de evitar estes problemas? Não será isso um golpe de estado tecnológico?
Já estou a ouvir a voz gritante do Dr. Mataruca a dizer-me "Oh, Dias, não diga isso, a incompentência não tem etnia. É só ver o vizinho o que faz."
Zicomo
Viriato,
Vou tentar explicar,
Podemos evitar, se quizermos,
Grande problema 'e querermos,
Quando nao queremos evitar,
Entao, vamos evitar como ?
...nunca estamos satisfeitos !!!
quando não tínhamos tecnologia de ponta nas comunicações,reclamávamos !
...agora temos,houve uma avaria grave,já estamos a bater no ceguinho!!!!
acidentes e avarias acontecem,e a 35m de profundidade não acontece todos dias!!!!
haja tolerância !!!!
Tóxico
SAVANA Maputo 300410
Espinhos da Micaia
Um país dividido
Por Fernando Lima
O que a Renamo não conseguiu fê-lo a natureza. O país está cortado ao meio.
Durante a guerra, os estrategos político-militares tentaram convencer-nos que um dos objectivos da Renamo era dividir o país em dois. Por isso vieram os reforços do Zimbabwe que se posicionaram no Corredor da Beira e os tanzanianos que foram colocados na Zambézia. Talvez por isso a obstinação com que Maputo atura e condescende com as intransigências do octogenário Mugabe.
A paz veio em 1992 e nunca o país foi de facto dividido ao meio.
Do ponto de vista das telecomunicações, algum espírito visionário na altura limitou o efeito devastador que a guerra teve sobre outros sectores. As estações terrestres implantadas nos perímetros urbanos das principais cidades e com ligação à comunicação por satélite, permitiram que o país falasse entre si por telefone, telex e fax e, na fase mais recente, acesso também à internet, que dava então os primeiros passos no país.
Esta semana, uma avaria grossa na fibra óptica do cabo submarino que bordeja a nossa costa, numa zona problemática a norte de Vilanculos, deixou-nos literalmente divididos em dois. A Beira perdeu o contacto com Maputo, como a situação ficou também complicada para Chimoio, Nampula e por aí adiante.
Uma ruptura no cabo submarino deixou a nu as nossas vulnerabilidades e coloca algumas questões sobre a forma de se fazerem opções tecnológicas de fundo.
Os bancos, de que dependem milhares de operadores económicos e por onde são hoje processados os salários de muitas empresas, após um primeiro susto, reagiram aos bloqueios colocando em acção soluções alternativas que, estão em várias situações a passar de novo pelo satélite. Pelo menos uma operadora móvel está a usar a opção satélite no eixo Beira-Nampula, as áreas de maior tráfego e importantes centros de distribuição e trânsito a nível regional.
A avaria é grave e afecta de algum modo todo o país: os tais seis milhões de que falam as estatísticas, por adição ao mundo institucional, que já não dispensa a comunicação de qualidade.
A avaria grave deve obrigatoriamente forçar uma séria reflexão sobre as capacidades e recursos que estão alocados às empresas de telecomunicações, nomeadamente a estratégica “espinha dorsal” em que assentam os tráfegos nacionais dos vários operadores e as portas de saída para o exterior. Potencialmente devem ser revistas situações de monopólio empresarial, que podem ser justificados com racionalização de recursos e custos, mas que, em termos de “back-up”, a falta de soluções alternativas deixam o país e a sua economia numa situação de grande precaridade.
Eventualmente, até ao fim do mês, os assalariados de Nampula, pagos a partir de Maputo, vão ter o seu dinheiro em conta, como os sazonais do Gurué e os novos contratados de Moatize.
Nós outros, os que comunicamos para eventualmente dizermos o que diziam as cartas do antigamente, nós estamos momentaneamente privados de comunicar e exercitar a unidade nacional por via do celular.
Nem sequer podemos saber da alegria do mecânico de Muecate ao tomar conhecimento que um dos seus pesadelos, o pequeno ditador Fábrica, foi removido do distrito, à espera de novas ordens.
Um pequeno cabo no fundo do mar é mesmo um atraso de vida.
Reclamacoes gratuitas? E bom lembrar que nos ultimos 365 dias esta e a terceira avaria da transmissao de dados por aquele cabo de fibra optica.
Mas como daquelas vezes o infortunio so afectou uns "coitadinhos" acima do rio Save, ninguem se exaltou publicamente. Foi preciso chegar ao fundo do poco (corte total) para que nos apercebessemos do grande gigante com pes de barro que e o nosso backbone de dados, imagem e voz. Cuja razao, assenta quase em exclusivo, no monopolio TDM!
Por isso, as reclamacoes gerais sao mais do que justas e oportunas. Um mes sem comunicacoes para algumas zonas do norte do pais, tem um custo tremendo no PIB, podendo ate "estacionar" indefinidamente alguns projectos estruturantes.
Ricardo,
Nao te preocupes muito com PIB, eu dou um jeitinho ai pra ti, com muito gosto, de verdade mesmo.
Minha maior preocupacao 'e o meu Tio Afonso, esta preso em casa, e nem sei se esta bem,
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