Terceiro número da série. Prossigo as hipóteses. O modo de produção que nos molda leva-nos à convicção de sermos indivíduos capazes de fazer e de mudar não importa o quê, à convicção de que tudo se resume ao indivíduo em si. Então, a primeira tarefa consiste em desconstruir essa maneira de pensar, confortante mas idealista. Essa maneira de pensar escamoteia o peso da história. Como escreveu um dia Marx, "as pessoas fazem a sua própria história, mas não a fazem arbitrariamente, nas condições por eles escolhidas, mas nas condições directamente dadas e herdadas do passado. No cérebro dos vivos pesa com força a tradição de todas as gerações mortas". O que pretendo mostrar com isso? Aguardem a continuidade da série, na qual procurarei exemplificar o peso da história em Nyusi, Dhlakama e Simango.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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