09 outubro 2011

Sobre a qualidade do ensino em Moçambique (16)

"Eu mesmo tenho frequentemente lembrado que, se existe uma verdade, é que a verdade é um lugar de lutas." (Pierre Bourdieu)
Avanço na série, mantendo-me no segundo ponto do sumário proposto, rigorosamente apenas lançando ideias e hipóteses que carecem de pesquisa.
2. Qualidade e ensino: o problema das definições.  Disse-vos no número anterior que era necessário ter em conta mais uma coisa: a desteorização dos cursos, a ideia de torná-los mais práticos, mais primeiros-socorros, menos politizados. Isso, com dois níveis: o nível político imediato, destinado a transformar o ensino em mero conhecimento, em mera aquisição de conhecimento, nulamente problematizador; o nível dos interesses do Capital, destinado a reduzir a temporalidade dos cursos e, portanto, o tempo de presença nos estabelecimentos. A declaração de Bolonha é disso um exemplo perfeito ao nível do ensino superior e do que chamo cursos macdonald.
Prossigo mais tarde. Crédito da imagem aqui.
(continua)

3 comentários:

ricardo disse...

No inicio do sec. passado, os esforcos da ciencia eram determinados pela potencia da maquina a vapor. Hoje, funciona com processadores electronicos...A velocidade das respostas e das perguntas teria de ser diferente. Mas a academia sempre foi conservadora. Por isso, Bolonha revelou-se um paliativo consensual para ambas as partes. Ate ao momento em que o gigante com pes de barro comecou a desmoronar-se.

Recorde-se professor. Onde e que andam o adeptos da SOCIEDADE DE SERVICOS em Mocambique, que tanto furor faziam na imprensa nos anos 1990-2005? Acho que a achega e a eles dirigida em particular...

Salvador Langa disse...

Para muitos o importante é o canudo, o resto dispensa-se.

Xiluva/SARA disse...

E lá estou eu rindo por causa do "encino"...