Segundo número da série. Uma guerra sobre a qual escreverei um pouco nesta curta série é a "guerra do Mulimão". No imaginário popular da província da Zambézia, designadamente nas pessoas mais idosas, está ainda arquivado o registo da terrível invasão do exército alemão, essencialmente composto por cipaios (os askari). A invasão, ocorrida em 1918, ficou conhecida por "guerra do Mulimão", tal como pude registar em trabalho de campo efectuado entre 1978 e 1982. O seu registo na memória dos mais velhos era tão poderoso ainda nessa altura, que servia de periodizador nas tradições orais da história zambeziana: antes da guerra do Mulimão, depois da guerra do Mulimão. Se não se importam, prossigo mais tarde.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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