11 fevereiro 2015

Para que a alma se ponha em sentido

Para que a alma se ponha em sentido, é necessário que aceite ser vassala de uma coisa chamada autoridade. É necessário que sinta, através de múltiplos fios tornados inconscientes (sem que disso perca, porém, a consciência), que a autoridade de alguém e dos seus símbolos releva de uma substância acima do normal, uma substância indiscutível, sagrada, omnipresente. A alma tem de sentir-se agente, tem de estar em "estado agêntico", para usar uma saborosa expressão de Stanley Milgram, tem de se considerar veículo de uma vontade externa, tem de aceitar o controlo efectuado por alguém, alguém a quem a alma atribui o direito de comandar, de se fazer obedecer incondicionalmente.

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