Para que a alma se ponha em sentido, é necessário que aceite ser vassala de uma coisa chamada autoridade. É necessário que sinta, através de múltiplos fios tornados inconscientes (sem que disso perca, porém, a consciência), que a autoridade de alguém e dos seus símbolos releva de uma substância acima do normal, uma substância indiscutível, sagrada, omnipresente. A alma tem de sentir-se agente, tem de estar em "estado agêntico", para usar uma saborosa expressão de Stanley Milgram, tem de se considerar veículo de uma vontade externa, tem de aceitar o controlo efectuado por alguém, alguém a quem a alma atribui o direito de comandar, de se fazer obedecer incondicionalmente.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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