Quinto número da série. No número anterior escrevi que quando chegámos à independência nacional em 1975 a visão, a concepção que existia era a de que Moçambique era um conjunto de tribos de costumes ancestrais, imutáveis. Por outras palavras: uma parte da natureza. No fundo, uma extensão da teoria de Hegel. O questionamento dessa visão colonial não evitou a herança e a manutenção de parte dela. Um exemplo claro é o colocação ao mesmo nível natural de búfalos e de máscaras de Mapiko. Um outro exemplo é, aos mais variados níveis, a naturalização zoologizante das entidades étnicas.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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1 comentário:
Ou a naturalização zoologicante das selecçoes de futebol entre répteis- animal geralmente desprezível - (Os Mambas), felinos (As Panteras Negras, em campo quase panteras cor de rosa)e aves (Os/As Águias)...etc.
É a África recusando colocar-se acima da natureza. E uma das expressões mais eloquentes dessa zoologização do Homem encontro nos veículos de tracção humana, vulgo Txova Xita Duma. Mais do que naturalização, trata-se aqui de encarnação pelo processo de substituição de um ente por outro.
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