Quinto número da série. Entro no segundo ponto do sumário proposto aqui, a saber: 2. Multidões enquanto coleção e molde. O aspirante a líder estatal, o candidato à dominação estatal, tem especial apreço pelas multidões. Uma multidão é sempre uma entidade plural que tem a virtude de apagar as diferenças sociais, com as pessoas transformadas numa coleção amorfa de indivíduos. Perante a coleção imensa de indivíduos expectantes, ansiosos de novidade, o candidato a líder estatal tem um sonho poderoso, sem limites: fazer dela um molde obediente, um receptáculo no qual seja introduzido o conjunto das suas ideias e das suas promessas de tal forma que, no fim do processo, o candidato se convença de que a massa informe já lhe pertence, irá votar nele. Pode ser uma hipótese sensata a de que os candidatos à dominação estatal devem verdadeiramente sentir prazer no molde. No próximo número escreverei sobre o líder hipnotizador.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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