12 janeiro 2012

Praia de Maputo e apelo

De um texto escrito por um munícipe devidamente identificado: "A praia de Maputo deveria ser um lugar de actividade lúdica activa, como seja nadar, caminhar, andar de bicicleta, praticar desportos de bola e desportos náuticos. Ao invés virou um local em que as viaturas bloqueiam as estradas e ocupam passeios, os rádios tocam a níveis ensurdecedores misturando sons de tal forma que ao invés de música ouvimos um amontoado de barulho muito pouco saudável. O lixo esse não se fala e o cheiro a urina é sem qualquer exagero o odor dominante." Aqui.
Adenda: sujeitei o texto em epígrafe ao ambientalista e jurista Carlos Serra Jr e pedi-lhe que comparasse a situação da praia de Maputo com a de Luanda. Aqui.

8 comentários:

Anónimo disse...

Professor, é preciso dizermos as coisas como elas são e deixarmos de por paninhos quentes sobre elas, num espirito paternalista como tem sido caracteristico de muitos de nós. Afinal nós não somos animais irracionais e de estimação de ninguém e por isso ninguém tem que nos tratar como tal: com paternalismo!
O que se passa na marginal, passa-se em toda a cidade. Onde marginais, enfermos mentais (nus, com todas as partes que devem ser tapadas por causa do pudor) deambulam pelas estradas sem que ninguem diga nada. Onde fazem necessidades essas pessoas? O comportamento nas ruas. O comportamento dos novos ricos, que têm carros. A arrogancia com que ocupam os passeios com que estacionam em dupla fila, nas entradas dos outros, param para conversar no meio da estrada impedindo os demais de passar. Vemos que muitos de nos justificam as suas acções dizendo que é porque não há condições (não há estacionamento, não há casa de banho, não há...). Mas muitos que cometem este tipo de porcarias (porque esse é o termo, uma acção de um porco é porcaria) têm carros tem meios para nao fazerem isto, podem facilmente dirigir-se a uma casa de banho usando o seu carro, ou procurar um lugar mais aceitavel para estacionar, enfim... podem, mas nao se dao ao trabalho, Acham que é melhor fazer em frente aos outros, mostrar o seu "poder" a sua "educação". Deitam garrafas e latas no meio da estrada, na praia perigando a saude das suas proprias crianças e deles mesmos... Ninguem diz nada e se disser é agredido verbalmente se não for fisicamente... Se virmos bem, nas barracas do Museu e não só (estarei a afastarme da praia, mas é o mesmo espaço da cidade) acontece o mesmo e pessoas de "responsabilidade", chefes partilham casas de banho (entenda-se arvores) mijando com os andrajosos. E como ninguem diz nada, todos somos o mesmo. Por isso, quando os que têm lodges nas praias, mantem os seus espaços limpos (gente que por via de regra é diferente de nós) nos expulsam das suas praias confundindo-nos a todos, nos queixamos de racismo. Mas como podem essas pessoas destinguir a mim que não mijo na rua de outro que mija, que deita garrafas no chão, suja o sitio onde come. Somos em quase tudo iguais: falamos a mesma lingua, somos da mesma cor, do mesmo pais, da mesma região e religião etc, que faz sermos o mesmo? Entao, como medida preventiva excluem a todos, sem excepção para evitar problemas cortam o mal pela raiz e nós nos queixamos de racismo. Tenhamos um pouco de amor proprio, de vergonha (coisa que já não se vê nesta cidade) e comecemos a agir como gente para sermos respeitados como gente! É uma pena!!! Mas temos que sair desta, sob risco de isto ficar verdadeiramente uma selva. Há que se por um basta neste assunto.

Salvador Langa disse...

Aqui está outro tema merecedor de amplo debate. Quem "lixa" o lixo e a falta de civismo? Quem toma medidas? Quem ensina?

TaCuba disse...

Nem descalços podemos andar na praia com os estilhaços de garrafas por todo o lado.

Xiluva/SARA disse...

Há muitos anos que não tomo lá banho...

Marta disse...

Dirão que é nossa "cultura"!!! Nossa cultura nada, é falta de civismo de gente sem regras.

Paulo disse...

O que diria o Samora se fosse vivo?

ricardo disse...

Não preciso de dizer que faz mais de 25 anos que não tomo banho em nenhuma praia de Maputo ou Catembe.No ano passado descobri amargamente que a famosa praia de São Martinho (Bilene) está pior que as nossas.

Porque é que batemos tão fundo?!

Porque estávamos distraidos a construir as nossas mansões junto à praia, com altas muralhas, que nos impediam de ver os plebeus a destrui-la. Estávamos absorvidos nos nossos cifrões...Aconteceu porém que a história da Esfinge veio nos bater à porta. Ao não conseguirmos decifrá-la, ela devorou-nos a todos!

E para terminar. O jurista e ambientalista Carlos Manuel Serra está coberto de razão. E digo mais, até assinaria e contribuiria com um domingo semanal para limpar a praia, desde que isso valesse a pena. E não valendo, temo dizer que o destino das pessoas "anti-chungaria" de MAPUTO são espaços privativos, pagos, e com piscinas cloradas. Ou então, juntando uns cobres e passar uns tempos nas praias geridas pelos "boers" na nossa costa. E nem me falem mais de racismo, estou cansado dessa ladainha.

E ponto final!

Anónimo disse...

Os problemas apontados no comentario 1 têm solução e eu proponho o seguinte:
1. Campanhas PERMANENTES de informação usando a rádio a Televisão. Devemos informar e falar com as pessoas sobre a necessidade de maior civismo e os valores da vida colectiva. Como nos devemos respeitar uns aos outros. (Muitas vezes assumimos que todos já sabem tudo o que deveriam saber. Por um lado é porque para nós é obvio e claro - aprendemos desde pequenos e já temos estas coisas automatizadas. POr outro porque achamos que podemos estar a ofender as pessoas se dissermos o "obvio").
2. Campanhas de limpeza colectiva. Isto deve ser organizado depois das campanhas de informação. Antes será tempo perdido.
3. Maior intervenção do Conselho Municipal na limpeza e manutenção da área.
Quem deve organizar estas campanhas é o Municipio, os agentes economicos da área e as rádios e TV. Nós os cidadãos pagamos à RM duas vezes, pela taxa de radio e pelos impostos para fazer trabalho para nós e ela não faz quase nada. A TVM também é paga com o dinheiro dos nossos impostos e tem a obrigação de fazer este trabalho. Também as radios e TV privadas deveriam ter obrigação de realizar trabalho socialmente util. Consta-me que no Brasil isto é assim. Todas as radios tem que fazer trabalho social gratuito se quiserem estar no eter (no ar). Acho que estamos a usar muito pouco a radio e a TV para passar mensagens educativas de todo tipo. E isto é verdadeiramente um desperdicio. So passam aquela mensagens beras sobre os "inovadores", sobre a paz e outras vindas do topo.
O Municipio tem que ser mais actuante e nao so se preocupar com os chapas (porque dão dinheiro aos policias municipais).
Cpts