"Espere o melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier." (provérbio chinês)
Depois de no número anterior ter dado conta de um email que me foi enviado por um estudante moçambicano na China, inicio agora o ponto 3 do sumário, a saber: representações de Moçambicanos sobre Chineses. Aqui, tenho a contribuição de João Feijó, que tem estudado as relações sino-moçambicanas em contexto laboral na cidade de Maputo (vide texto citado mais abaixo na leitura recomendada):
"(...) os Moçambicanos acham os Chineses demasiados obstinados pelo trabalho, sem paciência alguma e bastante militarizados na forma como gerem os recursos humanos. Direccionados para o trabalho porque vivem no local de trabalho e porque se dedicam muitas horas à empresa (inclusive feriados e fins-de-semana), mesmo quando doentes. Sem paciência pois gritam frequentemente com os Moçambicanos e enervam-se facilmente quando alguma coisa corre mal. Trata-se de algo, dizem, que dificulta a aprendizagem, agravando o problema da língua."
Acrescenta o João que "a maioria do investimento chinês se direcciona para sectores de trabalho intensivo que utiliza, de parte a parte, mão-de-obra pouco qualificada (construção civil, restauração, indústria madeireira, etc.). Nestes contextos há um terreno fértil para preconceitos e mal-entendidos."
Prossigo mais tarde.
Depois de no número anterior ter dado conta de um email que me foi enviado por um estudante moçambicano na China, inicio agora o ponto 3 do sumário, a saber: representações de Moçambicanos sobre Chineses. Aqui, tenho a contribuição de João Feijó, que tem estudado as relações sino-moçambicanas em contexto laboral na cidade de Maputo (vide texto citado mais abaixo na leitura recomendada):
"(...) os Moçambicanos acham os Chineses demasiados obstinados pelo trabalho, sem paciência alguma e bastante militarizados na forma como gerem os recursos humanos. Direccionados para o trabalho porque vivem no local de trabalho e porque se dedicam muitas horas à empresa (inclusive feriados e fins-de-semana), mesmo quando doentes. Sem paciência pois gritam frequentemente com os Moçambicanos e enervam-se facilmente quando alguma coisa corre mal. Trata-se de algo, dizem, que dificulta a aprendizagem, agravando o problema da língua."
Acrescenta o João que "a maioria do investimento chinês se direcciona para sectores de trabalho intensivo que utiliza, de parte a parte, mão-de-obra pouco qualificada (construção civil, restauração, indústria madeireira, etc.). Nestes contextos há um terreno fértil para preconceitos e mal-entendidos."
Prossigo mais tarde.
(continua)
Leitura recomendada: Feijó, João, Relações sino-moçambicanas em contexto laboral - uma análise de empresas em Maputo, in Serra, Carlos, A construção social do Outro, Perspectivas cruzadas sobre estrangeiros e Moçambicanos. Maputo: Imprensa Universitária, 2010, pp. 225-296.
2 comentários:
Se calhar as coisas podem ser melhores no futuro se fizermos mais estudos do género. A ignorância é má conselheira.
Manias que temos de dizer mal dos outros!!!!!
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